quinta-feira, 5 de junho de 2014

COPOM ADMITE PRESSÃO INFLACIONÁRIA, MAS INSISTE QUE PREÇOS VÃO CAIR

O Comitê de Política Monetária (Copom) admitiu que a inflação ainda é uma realidade persistente no Brasil, mas reforçou a tese de que os preços vão desacelerar graças à alta das taxas de juros e ao desaquecimento econômico. Segundo o documento, "para combater essas e outras pressões inflacionárias, nos últimos doze meses as condições monetárias foram apertadas, mas o Comitê avalia que os efeitos da elevação da taxa Selic sobre a inflação, em parte, ainda estão por se materializar. Além disso, é plausível afirmar que, na presença de níveis de confiança relativamente modestos, os efeitos das ações de política monetária sobre a inflação tendem a ser potencializados". Na ata de sua última reunião, a equipe monetária do Banco Central destaca que "o ritmo de expansão da atividade doméstica tende a ser menos intenso este ano em comparação ao de 2013".  "Nesse contexto, o consumo tende a crescer em ritmo mais moderado do que o observado em anos recentes; e os investimentos tendem a ganhar impulso", contrariando nesta última parte o que o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre mostrou: queda de 2,1% na Formação Bruta de Capital Fixo, o indicador de investimentos produtivos.  Isso motivou o Copom a encerrar o ritmo de aperto monetário dos últimos 13 meses e manter a taxa Selic em 11% ao ano. Trata-se da primeira manutenção do juro básico da economia desde o início da trajetória de alta em abril do ano passado, quando a autoridade monetária subiu os juros de 7,25% (mínima histórica) para 7,5%. Economistas ouvidos pelo relatório Focus, do Banco Central, acreditam que a taxa permaneça em 11% até o fim do ano e, ao final de 2015, feche em 12%. Esse poderia ser um indício do que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, vem dizendo: os preços começam a refletir as ações dos últimos meses. Em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto, o presidente do Banco Central já havia reforçado a tese de que boa parte dos efeitos da Selic ainda não foram incorporados pela inflação, mas que os primeiros sinais de controle da alta já eram perceptíveis. “A inflação vem mostrando recuo e, nos próximos meses, veremos o IPCA cair”, disse.

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