quinta-feira, 26 de junho de 2014

BOLÍVIA INVERTE RELÓGIOS COMO "SÍMBOLO DE IDENTIDADE"

A Bolívia alterou o relógio do prédio do Congresso em La Paz para os ponteiros se movimentarem no sentido anti-horário. David Choquehuanca, ministro boliviano das Relações Exteriores, disse: "Estamos no sul e, como estamos em tempo de recuperar a nossa identidade, o governo boliviano está recuperando nosso sarawi, que significando caminho em aimará. De acordo com nosso sarawi, de acordo com o nosso nan (caminho, em quéchua), nossos relógios devem andar à esquerda". A medida do governo boliviano faz parte dos esforços do ditador indio cocaleiro Evo Morales para promover um "processo de descolonização". O relógio escolhido para ser o primeiro a girar no sentido anti-horário,  contrário à história,  fica justamente em um dos prédios públicos mais famosos do país, que abriga a Assembléia Legislativa da Bolívia, na movimentada Praça Murillo, bem no centro da capital La Paz. Seus números, antes em algarismos romanos, também sofreram mudanças, sendo substituídos por algarismos arábicos. O chanceler Choquehuanca disse ainda que "a sombra do relógio de sol, que é um relógio natural, gira para esquerda no hemisfério sul e para o outro lado no norte”. Mas o físico Francesco Zaratti disse que o sentido horário não se deve a qualquer ideologia, mas a uma questão física. "A Terra gira no sentido horário", ressaltou. Mas o chanceler boliviano insiste que não há motivo para “complicar”. “Simplesmente temos que tomar consciência de que nós vivemos no sul”, afirma. O "relógio bolivariano" não é o primeiro exemplo na região de medidas bizarras envolvendo ideologias. Em 2007, o então ditador venezuelano Hugo Chávez mandou retroceder os relógios da Venezuela em meia hora em uma tentativa de fazer com que os venezuelanos aproveitassem mais o sol. O resultado é que hoje a Venezuela é um dos poucos países do mundo com um fuso horário "quebrado". Por exemplo, se são 13 horas em Brasília, em Caracas são 11h30. No ano anterior, o caudilho venezuelano também havia decidido que o cavalo branco que integra o desenho do escudo de armas do país deveria galopar para a esquerda em vez de estar virado para a direita. O objetivo era melhor expressar as "aspirações da revolução bolivariana".

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