quarta-feira, 14 de maio de 2014

PMDB É UMA ESPÉCIE DE BANCADA DA EMPREITEIRA NORBERTO ODEBRECHT E DA COCA-COLA

O jornalista Daniel Bramatti, do jornal O Estado de S.Paulo, publica nesta quarta-feira uma reportagem em que demonstra a umbilical vinculação do PMDB à empreiteira Norberto Odebrecht e também o setor de cervejas e refrigerantes, especialmente à Coca Cola. Ou seja, o PMDB se constitui em uma bancada da Odebrecht e da Coca Cola. Não esquecer, a Odebrecht é poderosa empresa no setor petrolífero, dona do Pólo Petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul. Então, por tabela, o PMDB faz parte da bancada petrolífera no Congresso Nacional. Leia a matéria: "Com uma megadoação de R$ 11 milhões, em três parcelas, a empreiteira Norberto Odebrecht respondeu por quase dois terços de todos os recursos que o PMDB recebeu de pessoas jurídicas em 2013, segundo a prestação de contas entregue pelo partido à Justiça Eleitoral. Outros R$ 2,8 milhões foram doados por 14 empresas do setor de bebidas - a maioria distribuidoras da Coca-Cola nas regiões Nordeste e Sudeste. Apenas 20 empresas aparecem na lista de financiadores do PMDB em 2013 - ou seja, 70% delas são do setor de sucos e refrigerantes. Quase todas aparecem na lista de integrantes da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir). As doações da Odebrecht chamam a atenção pelo volume, ainda mais em se tratando de um ano não eleitoral. Os R$ 11 milhões superam o valor doado pela empresa em toda a campanha de 2010, quando houve eleições para a Presidência e para os governos das 27 unidades da Federação, além do Congresso e das Assembleias Legislativas. Na época, as contribuições da empreiteira, somadas, chegaram a R$ 6,1 milhões. Corrigido pela inflação, o valor sobe para R$ 7,5 milhões. Em um distante segundo lugar na lista das empreiteiras doadoras aparece a Andrade Gutierrez, com R$ 500 mil. Do setor de bebidas, a maior doação para o partido, de pouco mais de R$ 1 milhão, saiu da indústria Spal, ligada ao grupo Femsa, que produz e distribui os refrigerantes da Coca-Cola no Brasil. O senador Eunício Oliveira (CE), tesoureiro do diretório nacional do PMDB, não dá explicações. Além dos recursos privados, o PMDB contou com R$ 43,3 milhões do Fundo Partidário para financiar suas atividades. O fundo é formado por recursos públicos e dividido majoritariamente de acordo com a votação de cada partido na eleição para a Câmara dos Deputados. O total de receitas dos peemedebistas chegou a R$ 63 milhões. Os dados estão na prestação de contas que o PMDB entregou ao Tribunal Superior Eleitoral. O prazo final para o partido prestar contas terminou no último dia 30, mas só na terça-feira, passadas quase duas semanas, as informações foram publicadas pelo TSE em seu site. As prestações de contas das legendas estão sendo reveladas a conta-gotas - a do PSDB, por exemplo, ainda não apareceu. Isso se deve aos procedimentos adotados pelos partidos e também pelo TSE. Na era da internet e das comunicações instantâneas, as contas são entregues impressas em papel. Depois disso, o tribunal digitaliza todos os processos e os publica no site, mas em um formato que não permite a análise dos dados em planilhas. Entre os principais partidos, além do PMDB, apenas o PT e o PSB já tiveram seus números divulgados pela Justiça Eleitoral. A generosidade das empresas foi maior com o partido da presidente Dilma Rousseff - quase R$ 80 milhões em doações de pessoas jurídicas entraram nos cofres do PT no ano passado. Em termos proporcionais, mais de 70% das receitas dos petistas vieram de empresas. Já o PSB do ex-governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos ampliou sua capacidade de arrecadação de forma brusca no ano passado. Depois de passar os anos não eleitorais de 2009 e 2011 sem receber nada de empresas, o partido foi contemplado com R$ 8,3 milhões no ano passado. O Supremo Tribunal Federal pode formalizar em breve a proibição de doações de empresas a partidos e candidatos. Em fevereiro, 6 dos 11 ministros do tribunal votaram a favor de uma ação da OAB que questiona a constitucionalidade da participação das empresas no financiamento do mundo político. O julgamento não foi concluído porque o ministro Gilmar Mendes pediu vista do processo para analisar melhor a ação.

Nenhum comentário: