sexta-feira, 30 de maio de 2014

PETISTA GUIDO MANTEGA ATRIBUI O PIB PÍFIO AO CÂMBIO, À INFLAÇÃO E FATORES EXTERNOS

O ministro da Fazenda, o petista Guido Mantega, atribuiu à volatilidade cambial, aumento da inflação e crédito escasso para o PIB ter crescido irrisórios 0,2% no primeiro trimestre do ano, conforme divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o ministro, no primeiro trimestre, houve aumento da inflação, subindo em fevereiro e março, o que afetou o consumo das famílias, além do crédito caro e escasso. “Embora a massa salarial tenha crescido e o número de empregados e salário venha aumentando, o crédito está mais escasso e a inflação, principalmente para os alimentos, diminuiu o consumo das famílias”. A expectativa de Mantega é que a inflação no País caia nos póximos meses. “A inflação vai ser bem menor no segundo trimestre, o que significa devolver poder aquisitivo para as famílias e consumidores. A volatilidade internacional também deve cair e isso gera uma calmaria no mercado cambial e bolsas de valores”. De acordo com o ministro, a estratégia usada pelo governo de combate à inflação é producente, pois um país com inflação alta não tem condições de crescer. “É isso que nós não estamos permitindo. A inflação pode subir um ou dois meses em função de fatores sazonais, como a alta dos alimentos, que já estão com seus preços caindo. No segundo trimestre, será muito menor do que no primeiro”, disse. Mantega destacou ainda a influência de fatores negativos, como a demora da recuperação da economia internacional. “Nos Estados Unidos, vimos um crescimento negativo de 1%, com queda de investimento e a demanda não crescendo. Isso nos prejudica porque os Estados Unidos importaram menos produtos do mundo. Mesmo a Europa teve crescimento abaixo das projeções”. De acordo com Mantega, em janeiro e parte de fevereiro, a volatilidade cambial causou incertezas no mercado e atrapalhou o desempenho dos países emergentes, derrubando bolsas. Porém, na avaliação do ministro, foi um momento de instabilidade localizado: “Ao longo do trimestre, isso melhorou, mas atrapalhou o desempenho dos dois primeiros meses”. Com relação ao fluxo de capitais, Mantega disse que o cenário é positivo e que o país tem recebido forte investimento internacional direto. “O investimento ficou forte em 2013 tendo crescido mais do que a maioria dos países”, disse. Conforme o ministro, a demanda do comércio varejista está se recuperando e há possibilidade de melhoria da concessão de crédito, já que a inadimplência vem caindo nos últimos dois anos e é uma das mais baixas registradas no País (3%): “A queda da inadimplência é um fator que cria condições para que o crédito possa voltar. As condições existem”. Segundo Mantega, a baixa confiança do consumidor não é um fenômeno brasileiro e ocorre em outros países também. Para ele, a confiança deve aumentar assim que a economia apresentar resultados melhores. “Queda de confiança não é fenômeno só de Brasil. Outros emergentes também registraram queda de confiança no ano passado, devido à política do Fed que alterava os fluxos de capitais. Pode haver demora, mas a tendência é a de que melhore”.

Nenhum comentário: