terça-feira, 27 de maio de 2014

GRAÇA FOSTER DEPÕE EM SESSÃO ESVAZIADA DA CPI DA PETROBRAS, E VOLTA A AFIRMAR QUE A COMPRA DA REFINARIA DE PASADENA FOI UM MAU NEGÓCIO

Em depoimento à CPI da Petrobras, no Senado, a presidente da estatal, a petista Graça Foster, voltou a defender nesta terça-feira as transações da empresa e disse que, apesar das controvérsias em relação à compra da refinaria de Pasadena, no Texas, não havia registros de que o complexo de refino nos Estados Unidos fosse uma “sucata velha” ou que estivesse em conflito com os planos de expansão da empresa. À CPI – esvaziada pela ausência da maioria dos integrantes, tanto governistas quanto de oposição –, Graça Foster voltou a eximir a presidente Dilma Rousseff de responsabilidades pela operação Pasadena. Graça Foster afirmou ainda que “é possível” que o Conselho de Administração da petroleira não tivesse aprovado a compra da refinaria se tivesse recebido informações adequadas sobre as cláusulas Put Option e Marlim. A cláusula Marlim garantia à Astra Oil, sócia da Petrobras em Pasadena, uma lucratividade de 6,9% ao ano independentemente das condições de mercado, e a Put Option obrigava a empresa brasileira a comprar a outra metade da refinaria caso os dois grupos se desentendessem. “Minha posição é que as cláusulas certamente, se apresentadas, demandariam uma boa discussão. Acho que é possível que a compra de Pasadena não tivesse acontecido, é possível que talvez não tivéssemos feito a aquisição”, disse. Para ela, o fato de os conselheiros não saberem a existência da Put Option, que obrigava a compra da parte da Astra em caso de desentendimento, impediu uma discussão mais aprofundada sobre a viabilidade da aquisição da refinaria no Texas. “Meu entendimento e percepção com centenas ou dezenas de páginas que li sobre Pasadena são de que era importante que se dissesse que ‘se uma coisa tivesse dado errado, tínhamos que ter comprado 100%’. Uma boa discussão, com certeza, teríamos tido”, afirmou. O discurso da presidente da petroleira é semelhante à versão da presidente Dilma, que afirmara que a compra da refinaria nos Estados Unidos “seguramente não” seria aprovada pelo conselho de administração se houvesse conhecimento das cláusulas. Graça Foster defendeu a aquisição de Pasadena na época da transação, mas disse que com a crise econômica mundial e a descoberta do pré-sal, no Brasil, os interesses da petroleira se alteraram e a refinaria no Texas deixou de ser vantajosa. De acordo com ela, depois de amargar prejuízo de mais de 1 bilhão de dólares, a Petrobras avalia Pasadena como “um negócio de baixo potencial de retorno de investimentos que foram adicionados na refinaria”. “A avaliação à luz da situação atual que vivemos hoje, é fato, e os números mostram, hoje não foi um bom negócio. Num futuro próximo é possível que haja melhorias, mas não seria feito novamente com as projeções e estratégias atuais. Hoje, sabedores da venda de uma refinaria do porte de Pasadena a Petrobras não faria aquela aquisição porque definitivamente não seria prioridade”, explicou.

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