quinta-feira, 8 de maio de 2014

DEZ ANOS DEPOIS DA FALÊNCIA TRÊS FAZENDAS DA BOI GORDO VÃO A LEILÃO

Dez anos depois de as Fazendas Reunidas Boi Gordo ter sua falência decretada pela Justiça, os investidores poderão começar a ver a cor do dinheiro aplicado na empresa. Condenada por prática de pirâmide financeira, ela prometia rendimentos de 40% para os investidores. Como todo esquema semelhante, a Boi Gordo só se alimentava do dinheiro de novos entrantes ao sistema e não tinha sustentabilidade financeira para cumprir as promessas de lucro. A empresa pediu concordata em outubro de 2001, mas foi considerada falida apenas em fevereiro de 2004. No ato da dissolução da companhia, as dívidas eram de 2,5 bilhões de reais. A Justiça tenta agora levantar dinheiro para pagar ao menos parte dos débitos com investidores. Um leilão de três das 14 fazendas da massa falida, nos Estados de Mato Grosso e São Paulo, será realizado em 15 de maio na capital paulista. O caso Boi Gordo é um exemplo do que pode acontecer com quem investiu em empresas que estão sendo investigadas de prática de pirâmide, como a TelexFree. Caso ocorra a condenação, os prejudicados podem ter de esperar mais de uma década para reaver seus milhares de reais. A Fazenda Chaparral, em Lambari D´Oeste (MT), de 7.656,88 hectares, é avaliada em 22,86 milhões de reais. A Fazenda Realeza, no município paulista de Itapetininga, está leiloando seus 640,43 hectares por, no mínimo, 13,92 milhões de reais. Por fim, a Fazenda Vale do Sol I, de Salto do Céu (MT), que possui 2.039,55 hectares, começará o pleito com um lance de 3,92 milhões de reais. Os valores ainda poderão ser alterados até a data do leilão, com base na Tabela do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, alerta o síndico da massa falida, Gustavo Sauer. “A expectativa é que havendo sucesso com a venda das propriedades seja possível efetuar o pagamento integral dos credores trabalhistas”, enfatiza. A proposta é pagar esses credores ainda no segundo semestre de 2014. No fim do ano passado, Kleverson Scheffer, filho do  “Rei da Soja”, Eraí Maggi, arrematou a Fazenda Buriti, localizada entre Chapada dos Guimarães e Campo Verde. A propriedade fazia parte da massa falida das Fazendas Reunidas Boi Gordo. Kleverson, que já era arrendatário da fazenda, deu lance de 15 milhões de reais, ágio de 40% sobre o preço mínimo de 11 milhões de reais.

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