quinta-feira, 22 de maio de 2014

CERVERÓ LIVRA DILMA ROUSSEFF DE RESPONSABILIDADE PELA COMPRA DA REFINARIA DE PASADENA

O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, repetiu nesta quinta-feira, na CPI do Senado, o depoimento feito por ele à Câmara, em abril. A sessão foi marcada pelo esvaziamento da oposição, semelhante ao que ocorreu na última terça-feira, quando os senadores da base aliada de apoio ao governo petista ouviram o ex-presidente da estatal, Sérgio Gabrielli. Cerveró voltou a explicar detalhes da compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Ele minimizou a responsabilidade de Dilma no mau-negócio. A presidente disse que tomou a decisão com base em um relatório falho elaborado justamente pelo depoente. "Todos nós somos responsáveis pela compra de Pasadena, que foi uma compra acertada. Foi um acerto coletivo e colegiado porque é decisão do conselho", disse: "As decisões são colegiadas tanto na diretoria quanto no conselho. São raríssimas as aprovações com divergências".  Próximo ao PT e à base aliada do governo, Cerveró mostrou-se alinhado com o discurso governista. Negou veementemente que tenha enganado a presidente ou o Conselho por não ter incluído as cláusulas "Put Option" e "Marlim" no resumo executivo. “Não enganei a presidente. É extremamente injusto depois de quase quarenta anos de Petrobras ter esse tipo de consideração”, afirmou, dizendo estar convencido de que encaminhou todas as informações necessárias ao conselho da estatal. Cerveró ingressou na Petrobras em 1974, onde ocupou a Diretoria da Área Internacional da petroleira entre 2003 e 2008 e, posteriormente, a direção da BR Distribuidora até março deste ano. “São cláusulas contratuais normais. A de Marlim é específica de proteção do negócio e a de saída (Put Option) é normal em qualquer contrato”, disse. A cláusula Marlim previa à belga Astra Oil, parceira inicial da Petrobras na compra, um lucro de 6,9% ao ano, independentemente das condições de mercado, e a Put Option obrigava a empresa brasileira a comprar a outra metade da refinaria caso houvesse desentendimento com a parceira da Bélgica.

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