terça-feira, 20 de maio de 2014

BRASIL TERÁ NOTA REVISADA PELA AGÊNCIA DE RATING FITCH ATÉ JULHO

A agência classificadora de risco Fitch Ratings revisará a nota do Brasil a qualquer momento até julho, mas não comenta se manterá o rating atual. Semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu-se com representantes da agência. Na segunda-feira, o diretor executivo da Fitch no Brasil, Rafael Guedes, afirmou que, nos últimos 12 meses, o governo "deu passos na direção correta" de evitar uma piora no cenário econômico do País. "Desde julho do ano passado, o governo deu passos na direção correta e tomou medidas para evitar um desenvolvimento negativo na nota", afirmou Guedes, em encontro de executivos globais da Fitch com jornalistas, no Rio de Janeiro. A Fitch publica ratings anualmente. A última revisão sobre o Brasil foi divulgada em 18 de julho do ano passado, mantendo a nota do País em BBB, com perspectiva estável - para a dívida de longo prazo em moeda estrangeira. A nova revisão deve ser publicada antes dessa revisão completar um ano. Em março, a Standard & Poor''s (S&P) anunciou o rebaixamento da nota do Brasil, passando de BBB para BBB-, com perspectiva estável. Para embasar a decisão, a S&P citou "a combinação de derrapagem fiscal, a perspectiva de que a execução fiscal permanecerá fraca, em meio a um crescimento moderado nos próximos anos, uma capacidade limitada para ajustar a política antes da eleição presidencial de outubro e um certo enfraquecimento das contas externas". A visão da Fitch sobre a economia brasileira é pior do que a avaliação específica sobre a capacidade de o País pagar sua dívida, e as eleições terão pouco impacto na revisão deste ano. "A eleição tem pouco impacto porque há um acordo sobre o que se fazer na economia em 2015", afirmou Paul Taylor, presidente global da Fitch, no Rio de Janeiro, para um encontro com os principais executivos da agência na América Latina. Segundo Guedes, o principal risco para o rating do Brasil em ano de eleições seria o governo "colocar o pé no acelerador" dos gastos públicos. No entanto, um corte nas despesas está entre as medidas positivas mencionadas pelo executivo. Outro ponto positivo citado foi a retirada de desonerações de impostos. Ainda no campo fiscal, a sinalização de redução nos valores aportados no BNDES também é bem vista.

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