domingo, 18 de maio de 2014

BANDIDO PETISTA MENSALEIRO HENRIQUE PIZZOLATO É OUVIDO SOBRE CITAÇÃO A LULA

O Ministério Público da Itália interrogou no fim de março o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, o bandido petista mensaleiro Henrique Pizzolato, para tentar colher informações que auxiliem uma investigação de indícios de corrupção envolvendo Valter Lavitola – que está preso no país europeu sob a acusação de extorsão – e o ex-premiê Silvio Berlusconi em negócios com empresas italianas no Brasil. O que levou os italianos a buscar Pizzolato foi uma carta datada de 13 dezembro de 2011 e endereçada a Berlusconi. Nela, Lavitola cita o ex-presidente alcaguete Lula (delatava companheiros para o Dops paulista na ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr.). O italiano é apontado como o “operador” do ex-premiê. Ele fala de uma concessão para a exploração de madeira na Amazônia que teria adquirido e sugere que o alcaguete Lula o teria ajudado a chegar a um acordo com uma empresa. Essa empresa, não identificada, teria comprado parte da concessão. Lavitola lamenta, porém, que, naquele momento, o ex-presidente brasileiro não estaria mais ajudando. “O calor do processo judiciário está determinando um compreensível, mas odioso, ostracismo em minha relação. Ninguém quer assinar nada que tenha a ver comigo e infelizmente o presidente Lula (que se confirmou como um verdadeiro amigo) já não conta quase nada”, escreveu na carta endereçada a Berlusconi. O italiano morou no Brasil e, em 2008, obteve um visto de residência. O Ministério Público italiano está convencido de que Lavitola guarda “importantes segredos” em relação ao ex-primeiro-ministro. Por isso, no dia 19 de março deste ano, o procurador de Nápoles, Vincenzo Piscitelli, decidiu ouvir Pizzolato na prisão de Módena, no norte da Itália, onde está desde 5 de fevereiro e aguarda o processo de extradição para que possa cumprir sua pena de 12 anos e 7 meses de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal por seu envolvimento com o esquema do Mensalão do PT. A audiência sobre a extradição está marcada para 5 de junho. O documento que deu origem ao depoimento de Pizzolato foi encontrado nos computadores apreendidos de um outro suspeito de fazer parte de esquemas de corrupção, o ítalo-argentino Carmelo Pintabona. O Ministério Público italiano afirma que tem provas sobre os negócios de Lavitola no Brasil. Há, de fato, uma madeireira ligada ao italiano, a Maremma. A holding tem sede oficial em Nova York. Mas seus escritórios ficam em Roma. Ela faz parte do Bonaventura group llcc, empresa de Lavitola que centraliza todos seus negócios e que, segundo a Justiça, chegou a acumular ativos de 5 bilhões de euros no auge do poder de Lavitola. Os documentos que estão com o Ministério Público italiano também apontam para um esquema suspeito de ser o de estabelecimento de “laranjas” para atuar em nome de Lavitola no Brasil. O italiano passou parte das ações de sua empresa com sede em Nova York para duas brasileiras: Neire Cássia Pepes Gomes, de Manaus, e Danielle Aline Louzada. Ambas passaram a ter o direito de assinar em nome da holding. Apontado como o operador de Berlusconi, Lavitola vivia no Rio de Janeiro em 2011, quando fugiu para o Panamá depois de ser indiciado naquele mesmo ano na Itália. Mas se entregou em 2012 e retornou para Roma.

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