sábado, 12 de abril de 2014

TESOUREIRO DO PROCESSO DO MENSALÃO DE MINAS GERAIS DEVE FICAR LIVRE DO PROCESSO

Um dos principais personagens do chamado Mensalão mineiro, Cláudio Mourão, acusado de desviar verbas públicas para a campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais, em 1998, deve ficar livre do processo que responde na justiça mineira. Neste sábado, Mourão chegou aos 70 anos de idade e será beneficiado por um artigo do Código Penal que reduz pela metade o prazo de prescrição dos crimes. O advogado do réu, Antônio Velloso Neto, disse não ter pressa para requerer a prescrição. "Essa questão não interessa por hora. Ele é inocente", diz o advogado, que afirmou ter vontade de seguir com o processo até o julgamento de mérito para que seu cliente seja absolvido. Entretanto, ao mesmo tempo em que defende a continuidade do julgamento, Velloso Neto diz que é obrigação do juiz decretar a prescrição automaticamente. Ele informou que vai aguardar a decisão da justiça para depois avaliar a possibilidade de elaborar um requerimento. O advogado se mostrou preocupado com a situação de seu cliente: "O Cláudio já sofreu muito com o processo". Ele ressaltou que a vida de Mourão mudou significativamente após o início da ação e disse que ele passou a ter dificuldades para conseguir emprego. "Às vezes, saindo desse processo, a vida dele melhora", completou. Cláudio Mourão foi apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como membro do núcleo que operou o esquema de retirada criminosa de verbas públicas de companhias de Minas Gerais para alimentar o caixa da campanha que tentava reeleger o então governador do Estado, Eduardo Azeredo. Naquele ano, o tucano acabou derrotado nas urnas por Itamar Franco. De acordo com a investigação, o dinheiro era desviado das estatais através de cotas de patrocínio de eventos esportivos e publicidade fictícia por meio das agências de publicidade SMP&B, de Marcos Valério, e DNA Propaganda, ambas posteriormente envolvidas no Mensalão do PT. A responsável por decretar a extinção da punibilidade será a juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Neide da Silva Martins.

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