quarta-feira, 2 de abril de 2014

PT SE ESQUIVA E DEPUTADO FEDERAL ANDRÉ VARGAS DEVE SE EXPLICAR SOZINHO SOBRE RELAÇÕES COM O DOLEIRO YOUSSEF, DA OPERAÇÃO LAVA-JATO

Temendo que o caso do vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), seja similar ao de Demóstenes Torres, o senador cassado sob acusação de defender os interesses do bicheiro Carlinhos Cachoeira, petistas avaliam que cabe ao próprio deputado dar explicações sobre seu grau de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Mesmo sendo um dos próceres da sigla, e um dos mais virulentos críticos do julgamento do Mensalão do PT, a cúpula petista hesita em sair em defesa do deputado que, em relatório da Polícia Federal, é tratado como sócio oculto de Youssef. "O André deu as explicações que ele julgou apropriadas. Não é um problema do PT. É uma relação privada que ele está explicando. Não tenho o que acrescentar", disse o presidente do PT, Rui Falcão. "Não gostaria de fazer qualquer comentário sem ler as reportagens sobre as relações de Vargas e Youssef. Não gostaria de comentar", afirmou o recém-empossado ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini. Encurralado, Vargas informou que pretende ocupar a tribuna da Câmara nesta quarta-feira à tarde para se defender. Mais cedo, afirmara que "conhecer alguém há 20 anos não é crime". Antes da defesa do petista, uma das principais vozes do movimento "Volta Lula" no Congresso, nem mesmo os partidos de oposição arriscam um discurso mais duro. O Democratas (DEM) foi o único a subir o tom nesta terça-feira. "É uma situação inadmissível. Nunca um homem público pode ter um relacionamento desse nível com uma pessoa sabidamente envolvida em atitudes ilícitas, em irregularidades, em negócios ilegais", disse o líder do partido na Câmara, Mendonça Filho (DEM-PE). As relações de Vargas com Youssef vão além do jatinho utilizado pelo parlamentar para transportar a família do petista de Londrina (PR) a João Pessoa (PB), conforme revelou reportagem da revista Veja. Relatório da Polícia Federal afirma que o deputado atuava como espécie de lobista do doleiro. Nas conversas interceptadas pela Polícia Federal, Youssef e Vargas demonstram ter muito mais do que uma relação de amizade. Em quase cinquenta mensagens registradas pela Polícia Federal, Vargas recebe orientações do doleiro, combina reuniões e chega a passar informações das conversas que ele, como parlamentar do PT, mantinha com integrantes do governo.

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