quarta-feira, 2 de abril de 2014

JORGE GERDAU, QUE APROVOU O NEGÓCIO DA CHINA DA REFINARIA DE PASADENA, DEIXA O CONSELHO DE PETROBRAS; NO SEU LUGAR ASSUME AGORA O REPRESENTANTE DOS MINORITÁIOS

Acionistas minoritários elegeram, nesta quarta-feira, Mauro Cunha e José Guimarães Monforte como os seus dois representantes no conselho de administração da Petrobras, nas vagas destinadas respectivamente a detentores de ações ordinárias e preferenciais. É a primeira vez que minoritários estrangeiros e brasileiros (pessoa física) conseguem se unir e eleger candidatos próprios para as duas vagas. Os minoritários têm direito a duas das dez cadeiras no conselho. Cunha já ocupava o cargo e foi reeleito. Monforte assumirá o posto no lugar do empresário Jorge Gerdau. Com isso, Gerdau deixa o conselho, após vários anos no órgão, primeiro como indicado do governo, depois na vaga de minoritários (PN). Até agora, a vaga dos preferencialistas sempre foi ocupada por um representante com o aval do governo, já que fundos de pensão e empresas estatais votam na condição de minoritários. Monforte foi indicado por diversos investidores estrangeiros capitaneados pela gestora escocesa Aberdeen, responsável por administrar 300 bilhões de dólares em ativos. A indicação teve o apoio dos fundos de pensão americanos, como The California State Teachers’ Retirement System, F&C Management, Hermes Equity Ownership Services e The Universities Superannuation Scheme. Nos últimos anos, cresceram as críticas de minoritários independentes contra o voto dos fundos estatais como minoritários. A vitória de Mauro Cunha, no ano passado, com o apoio de fundos estrangeiros, foi vista como um primeiro avanço dos minoritários nesta linha, lutando por mais transparência no órgão e independência em relação ao governo. Este é o terceiro ano também em que o conselho terá um representante dos empregados, que neste ano será Silvio Sinedino. Com isso, a União fica com sete indicados — e os demais três representantes são independentes. A mudança de cadeiras no conselho ocorre num momento em que a estatal está no centro do debate político e econômico após a presidente Dilma ter afirmado que chancelou a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela Petrobras por 1,18 bilhão de dólares. O valor é colocado em xeque pelo fato de, um ano antes, a sócia da estatal na refinaria, a belga Astra Oil, ter adquirido a empresa por 42,5 milhões de dólares.

Nenhum comentário: