quarta-feira, 30 de abril de 2014

ITAMARATY DIZ QUE PASSAPORTES FALSOS PODEM EXPLICAR PRESENÇA DE TERRORISTAS BRASILEIROS NO IÊMEN

O uso de passaportes falsos é uma das principais suspeitas para a existência de brasileiros entre os terroristas da Al Qaeda mortos no Iêmen. Na terça-feira, o governo do Iêmen comunicou que seu Exército havia atacado uma célula da Al Qaeda que atua no país. A ação resultou na morte de quinze soldados e doze membros da rede terrorista. Segundo o presidente Abdu Rabo Mansur Hadi, entre os terroristas mortos há um ou mais jihadistas brasileiros, além de franceses, holandeses, alemães e árabes. O Ministério das Relações Exteriores informou que até agora não foi notificado sobre o caso e que ainda não dispõe de nenhuma informação concreta. O uso de passaportes falsos não foi confirmado, mas a assessoria informou que esta é uma das hipóteses possíveis. O embaixador brasileiro na Arábia Saudita, Flávio Marega, entrou em contato com a chancelaria do Iêmen para solicitar informações sobre os supostos brasileiros. Por não ter uma representação diplomática no Iêmen, o Ministério das Relações Exteriores vai deslocar um funcionário locado em Riad para acompanhar o caso. Ainda segundo a assessoria, o Brasil está em contato com os demais países citados no episódio – França, Holanda, Alemanha e Arábia Saudita. O objetivo é a troca de informações sobre os terroristas mortos. Os modelos antigos do passaporte brasileiro – com a capa verde – eram considerados documentos fáceis de falsificar e, com isso, eram visados no mercado negro internacional. O modelo novo – com a capa azul – é mais moderno e conta com registros biométricos e outros itens de segurança similares aos existentes em cédulas, como marcas d’água e outros detalhes difíceis de serem forjados. Mesmo assim, nenhum documento está 100% imune às falsificações. Se a nacionalidade dos terroristas for confirmada, será o primeiro caso da existência de jihadistas brasileiros. A Polícia Federal sempre negou a existência de células terroristas no país. Em 2009, um cidadão libanês foi preso em São Paulo e, na época, a Polícia Federal confirmou que ele tinha ligações com a Al Qaeda. Identificado apenas como ‘Senhor K.’, o libanês foi detido por fazer propaganda de idéias antissemitas. Os terroristas foram mortos em uma emboscada armada pelos combatentes da Al Qaeda durante a ofensiva do Exército contra a organização. Insurgentes atacaram um comboio militar perto da cidade de Azzan, no centro-sul do país, e o confronto resultou na morte de quinze militares e doze terroristas, segundo o governo. Outros três soldados morreram e sete ficaram feridos em outra emboscada contra um comboio de sete veículos militares perto de Lahmar, uma localidade da província de Abyan. De acordo com o presidente Hadi, o número de insurgentes mortos na ofensiva pode chegar a 30. O noticiário só reforça a necessidade de o País ter uma lei antiterror. Tanto mais necessária se torna a lei se existe uma indústria de falsificação de passaportes brasileiros. Ainda que a hipótese do Itamaraty se confirme, isso não nega as evidências de que o terrorismo islâmico já opera em nosso território. Não é matéria de opinião, mas de fato.

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