quarta-feira, 9 de abril de 2014

HÁ "PROVA PÚBLICA" CONTRA O DEMÓSTENES DO PT, O DEPUTADO FEDERAL ANDRÉ VARGAS, DIZ O RELATOR DO PROCESSO NO CONSELHO DE ÉTICA

Escolhido relator do processo contra o deputado André Vargas (PT-PR) no Conselho de Ética, Júlio Delgado (PSB-MG) afirmou nesta quarta-feira que há “provas públicas” da relação do vice-presidente da Câmara com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato. Delgado foi nomeado pelo presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PSD-SP), pela experiência acumulada em casos similares – ele foi relator do processo de cassação do então deputado José Dirceu no Conselho de Ética. Nesta quarta-feira, após ser escolhido para elaborar o relatório, Delgado relembrou as pressões que sofreu em 2005, quando redigiu parecer pela cassação de José Dirceu. Segundo ele, sobram evidências “notórias” da relação espúria de Vargas com o doleiro Youssef.

“Neste caso, a gente tem muita prova pública e notória. Vamos trabalhar nesse prazo de 90 dias, garantindo o amplo direito de defesa ao deputado André Vargas, mas a cada dia surgem novos fatos da relação com o doleiro. O fato de ele, na tribuna da Câmara, ter dito que a relação era superficial compromete, porque a gente agora sabe que é mais profunda do que isso”, disse o relator. Na próxima semana, ele apresentará parecer preliminar apontando que existem indícios suficientes para que o caso tenha continuidade no Conselho de Ética. “Vamos instaurar o processo e começar a correr esses prazos todos com toda a precaução. Mas vamos dar uma resposta à sociedade. A representação dele na Casa é elevada porque ocupava um cargo de vice-presidente da nossa instituição”, afirmou.
Delgado verbalizou o que muitos parlamentares comentavam reservadamente: a situação do petista é similar à do ex-senador Demóstenes Torres, cassado após colocar o mandato a serviço do bicheiro Carlinhos Cachoeira. “O André Vargas não fez nada diferente do que o Demóstenes Torres fez na tribuna do Senado: ‘Eu não conheço o Cachoeira, não tenho relação com ele’. Mas os caras eram sócios. O André Vargas foi e falou que a relação dele era superficial, que ele se arrependeu e depois chegaram a que conclusão? Que não era nada disso”, afirmou.
De acordo com o relator, aliados de Vargas devem promover manobras para tentar atrasar a conclusão do processo. Além de sucessivos pedidos de vista, a defesa do petista deverá arrolar testemunhas de difícil acesso, como pessoas presas ou indisponíveis para depoimentos. “Vamos tentar cumprir o prazo de 90 dias, sabendo que existem medidas protelatórias para que o processo possa se estender. Nosso interesse é entregar esse relatório até o final de maio ou início de junho para que não seja atropelado pelo recesso e pela Copa do Mundo”, declarou. “As medidas protelatórias vão ocorrer, mas o prazo de 90 dias é suficiente". 

Nenhum comentário: