quarta-feira, 9 de abril de 2014

ALUNOS QUE PARTICIPARAM DE CONFLITO NA UFSC SÃO INVESTIGADOS PELA POLÍCIA FEDERAL POR VANDALISMO

Em 25 de março, cinco policiais federais foram ao campus da UFSC para investigar uma denúncia de tráfico de drogas acompanhados da segurança oficial do Campus. Segundo Clyton Eustáquio Xavier, superintendente da Polícia Federal no Estado, a ação fazia parte de um acordo assinado entre a reitoria e a Polícia Federal em 2013 para combater ações criminosas na universidade. Durante a operação, cinco pessoas foram detidas por consumo de maconha. A ação da Polícia Federal, entretanto, foi barrada por um grupo de estudantes liderados pela professora Sônia Maluf. A docente sentou no carro para impedir a saída da Polícia Federal do local e incitou os estudantes a fazer o mesmo. Sônia ainda tentou negociar com os policiais para que o  jovem detido fosse levado por ela para a delegacia. Após duas horas de negociação, o grupo começou a quebrar os vidros da viatura para resgatar o estudante. A Polícia Federal chamou reforço da Tropa de Choque, que entrou no Campus com cerca de dez policiais e, com bombas de efeito moral e balas de borracha e dispersou os baderneiros. Após o conflito, cerca de 200 estudantes invadiram a reitoria em protesto e exigiram a proibição da polícia no Campus. Por isso um grupo de 25 estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está sendo investigado por envolvimento em atos de vandalismo. De acordo com o delegado Thiago Monjardim, esses alunos participaram ativamente do conflito com a polícia no dia 25 de março. “Há fortes indícios que relacionam esses alunos da UFSC com atos de depredação em protestos de rua”, declarou Monjardim. Entre os investigados, a Polícia Federal já identificou um aluno do curso de geografia que vive na moradia estudantil da UFSC e recebe 522 reais mensais pelo programa de bolsa permanência da universidade - dado a alunos de baixa renda. O jovem tem papel ativo na universidade, especialmente no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH). O CFH abriga dez cursos de graduação e é famoso na universidade por ter estudantes ligados a movimentos de marxistas de esquerda. O complexo de prédios fica ao lado do bosque, onde funciona o núcleo infantil e os colégios de aplicação, mas ficou mais conhecido nacionalmente por ser palco do conflito entre a polícia e os estudantes. Ali é o maconhódromo, ali alunos e estranhos se reúnem para fumar maconha – prática considerada “normal” pela reitoria. A coisa mais comum é se ver dezenas de maconheiros no lugar, puxando fumo, em horário de aula. É nesse cenário que o aluno de geografia investigado pela Polícia Federal organiza eventos em prol de movimentos de sem terra e propaga a ideologia do marxismo. Também é um dos responsáveis por organizar reuniões de alunos bolsistas, nas quais critica o baixo valor do benefício e a contrapartida de 20 horas de trabalhos semanais. Em junho do ano passado, um dia após uma reunião desse grupo, a UFSC aderiu ao programa nacional de bolsas oferecido pelo Ministério da Educação e extinguiu a contrapartida que era exigida pelo antigo edital. Outros dois estudantes bolsistas estão na lista da Polícia Federal. Um deles foi identificado como líder da invasão à reitoria e está sendo investigado juntamente com outra estudante, também de geografia, por ter atuado em um protesto de rua em janeiro, que deixou policiais e manifestantes feridos. A Polícia Federal não descarta a ligação dos três jovens com grupos de black blocs e partidos políticos. A suspeita do envolvimento de estudantes com grupos alheios à universidade foi levantada após a divulgação de um vídeo gravado por uma rede de TV local durante a ocupação da reitoria. Na gravação, um homem aparece usando um rádio walkie-talkie para controlar o acesso ao prédio invadido. Segundo a Polícia Federal, ele não pertence à UFSC e estaria ligado diretamente à invasão de um terreno na rodovia SC-401 por membros do Movimento sem Terra (MST). Um aluno de filosofia, que não quis se identificar por medo de represálias, também afirma ter identificado alunos com camisetas do grupo União da Juventude Comunista (UJC), vinculado ao PCB, e também do PSTU, no dia do conflito. “Eles estavam passando de sala em sala pedindo para que os alunos apoiassem a invasão à reitoria”, declarou.

Nenhum comentário: