domingo, 2 de março de 2014

NÍVEL DA CANTAREIRA CAI A 16,4%, NOVO RECORDE NEGATIVO

O índice que mede o volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira registrou novo recorde negativo na sexta-feira. O nível caiu para 16,4% da capacidade ante 16,6% reportado na quinta-feira. Há uma semana, o índice era de 17,7%. O Sistema Cantareira é responsável pelo abastecimento de 8,8 milhões de cliente da Sabesp na Grande São Paulo. Entretanto, a Sabesp nega a possibilidade da adoção de racionamento na Grande São Paulo. A concessionária responde que no momento "não trabalha com nenhum tipo de restrição de consumo". Para evitar um possível cenário de desabastecimento de água, a concessionária recebeu autorização do governo para explorar o volume morto do Sistema Cantareira, volume de água que fica abaixo do nível operacional de captação do fundo dos reservatórios. A Sabesp anunciou a compra de 20 bombas e o início das obras de infraestrutura necessária para utilização da reserva adicional de 400 milhões de metros cúbicos. De acordo com a concessionária, a compra das bombas custou R$ 80 milhões e a previsão é de que o início da captação da água do volume morto ocorra em 60 dias. Segundo a presidente da Sabesp, Dilma Pena, as bombas serão instaladas nas represas Jaguari/Jacareí e Atibainha. A pluviometria acumulada no mês sobre a região do Cantareira (na divisa entre São Paulo e Minas Gerais) corresponde a apenas 36% da média histórica para fevereiro. Em dezembro e janeiro, as chuvas também ficaram muito abaixo do esperado. Cálculo do Consórcio PCJ (entidade que representa as demais cidades que dividem a outorga do Sistema Cantareira com a Sabesp) estima que seriam necessários 1000 milímetros (mm) de chuvas entre fevereiro e março para garantir que os reservatórios retornassem a um nível considerado seguro. Para março, a média de chuvas esperada é de 184,1 mm, segundo dados da própria Sabesp. No relatório que o comitê anticrise instituído pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), divulgou em 18 de fevereiro, a estimativa para o pior cenário de estiagem é que a água do nível operacional do sistema acabe no fim de agosto. Mesmo no cenário mais positivo projetado pelo comitê, o índice do volume de água armazenado no Cantareira em novembro deste ano deve ser de 17%, nível que ainda é considerado crítico por técnicos do setor de saneamento.

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