quarta-feira, 12 de março de 2014

ECONOMISTAS FAZEM CRÍTICAS DURANTE EVENTO DO PLANO REAL

O Brasil é um País de "preços surreais", avalia o economista Edmar Bacha, diretor do Instituto de Estudos de Política Econômica da Casa das Garças. "Todos os preços são extremamente mais elevados do que ocorre em outros países com que comerciamos", disse, durante evento organizado nesta quarta-feira pelo Instituto FHC para debater os 20 anos do Plano Real. Bacha criticou a carga "excessiva" de impostos no País e sua alta complexidade. "É difícil imaginar algo mais importante no início do primeiro ano do novo governo, no ano que vem, do que dedicar-se à reforma tributária no País", comentou. Ele afirmou ainda que o Brasil é um participante "mínimo das correntes de comércio internacional". "Todos os países que emergiram da renda média para o desenvolvimento o fizeram através de integração de suas economias com o comércio internacional", destacou o economista. Por esses fatores, a prioridade para o novo governo a partir do segundo ano de mandato deve ser "definir uma programação de integração competitiva da economia no cenário internacional". O economista André Lara Resende, que também participou do evento, afirmou que o primeiro ponto de uma nova agenda deve ser "voltar ao rumo correto, à boa prática macroeconômica e fazer com que o País escape da armadilha da renda média". Resende afirmou que para aumentar a produtividade do trabalho é preciso investimento em capital fixo e também em educação: "Nós apostamos num ensino superior universitário comercializado". Ele criticou ainda o fato de o Brasil ser um País que "poupa pouco e investe pouco", falando tanto do setor privado como do público, e também o "isolamento comercial" do País. Por fim, Resende disse ser necessário "rever o Estado brasileiro": "É preciso rever o caráter patrimonialista". Já o economista Pérsio Arida disse que a estabilidade financeira, iniciada justamente com a adoção do real, não está inteiramente completa. Segundo ele, as taxas de juros ainda são muito elevadas. Segundo Arida, é preciso colocar em práticas reformas profundas, pois, para ele, "reformas tópicas" perdem força com o tempo.

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