sexta-feira, 14 de março de 2014

CONFUSÃO SOBRE BOEING DESAPARECIDO ABALA CREDIBILIDADE INTERNACIONAL DA MALÁSIA

Um dos mais intrigantes mistérios da história da aviação comercial mundial tem abalado a imagem do governo da Malásia, pouco habituado às críticas internacionais que recebeu por causa das mensagens conflitantes e de falta de transparência. Cinco dias após o desaparecimento do vôo MH370 da Malaysia Airlines, uma enorme operação de buscas ainda não revelou nem sinal do Boeing 777 que levava 239 passageiros e tripulantes de Kuala Lumpur a Pequim. A frustração com isso está cada vez mais voltada para as autoridades malaias, após uma série de entrevistas coletivas desorientadas, detalhes incorretos fornecidos pela companhia aérea nacional e uma longa demora na divulgação de detalhes sobre a informação militar de que o avião teria se desviado centenas de quilômetros da sua rota. Os tropeços variam de informações conflitantes a respeito do último contato do jato até a divulgação de fotos de dois passageiros em que eles compartilhavam o mesmo par de pernas. "Os malaios merecem ser criticados - a forma como estão lidando com isto é atroz", disse Ernest Bower, especialista em Sudeste Asiático no centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington. As autoridades dizem estar lidando da melhor forma possível com uma crise excepcional e altamente complexa. Confusão, pistas falsas e desinformação são comuns nas horas iniciais de um desastre aéreo, em qualquer país. Mas a China, cujos cidadãos compõem cerca de dois terços do total de passageiros no vôo, não esconde sua impaciência com a Malásia, à qual já pediu várias vezes para intensificar as atividades de busca e investigação. Algumas famílias dos até 154 chineses desaparecidos estão furiosas com a demora na divulgação de informações. O representante da empresa aérea estatal foi alvo de xingamentos e de garrafas de água em Pequim. "O núcleo da informação da Malásia não tem sido consistente do começo ao fim", disse o influente tablóide chinês Global Times, ligado ao Partido Comunista Chinês. "Isso certamente abala a confiança que o resto do mundo tem na capacidade da Malásia de ser o núcleo da missão de resgate", acrescentou o jornal.

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