quarta-feira, 26 de março de 2014

COMISSÃO DA VERDADE ESTUDA AÇÃO JURÍDICA CONTRA O EXÉRCITO

A Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro estuda medida jurídica para obrigar o Exército a colaborar com as investigações sobre o paradeiro de desaparecidos políticos. O presidente da comissão, o petista Wadih Damous, informou que está discutindo o assunto com juristas. "Tenho discutido a hipótese de medida jurídica. Não sei se seria ação ou se uma interpelação judicial. Mas um mecanismo para obrigar o Estado brasileiro a se pronunciar oficialmente sobre o que aconteceu", afirmou Damous. A declaração foi feita no dia seguinte ao depoimento do coronel reformado Paulo Malhães à Comissão Nacional da Verdade, em que ele confirmou ter torturado e assassinado presos políticos, mas se recusou a fornecer nomes de vítimas e torturadores. Ele também negou ter sido o oficial que desapareceu com o corpo do deputado Rubens Paiva - embora tivesse assumido a autoria deste crime à Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro. "Tenho reiterado que não há mais nada a se fazer a respeito dessas declarações. Nunca vamos ter certeza se é verdade ou mentira. O Exército tem que vir a público e esclarecer o que aconteceu. Não é pedir documento A, B, C ou D. É de se presumir que não haja mais documento. Agora é fazer pergunta direta: o corpo de Rubens Paiva foi jogado no rio?", interrogou Damous.

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