domingo, 2 de março de 2014

ANP INTERDITA PLATAFORMA QUE ADERNOU NA BACIA DE CAMPOS

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) interditou a plataforma de petróleo da empresa Noble Paul Wolf (SS-53), a serviço da Petrobras, que adernou na madrugada de sexta-feira na Bacia de Campos, no norte fluminense. A plataforma está no Campo de Marlim e já foi estabilizada. A Marinha enviou para o local um navio de patrulha e um helicóptero. “A ANP interditou, por medida cautelar, a Sonda SS-53, até que sejam restabelecidas as condições regulamentares de segurança operacional. A Sonda SS-53, que se encontrava no Poço 7-MRL-222HPA-RJS, estava em operação de reentrada e completação do poço, que permanece fechado com tampões de cimento, não havendo risco de vazamento de hidrocarbonetos no mar”, diz a nota. Os 77 ttrabalhadores da Petrobras retirados da plataforma de perfuração SS-53 após um incidente na madrugada desta sexta-feira já foram transportados para terra. A plataforma que adernou pertence à Noble, multinacional inglesa. A plataforma de perfuração chegou a registrar um inclinação após o incidente, por volta de 1 hora, segundo a Noble. Por volta de 6h30 a plataforma foi estabilizada. A unidade apresentou adernamento (inclinação) de cerca de 3,5 graus e o incidente ocorreu devido a alagamento em um dos tanques da embarcação, motivado por falha na válvula do sistema de lastro, responsável pelo controle da estabilidade da unidade. "As equipes de emergência atuaram imediatamente, tendo sido tomadas todas as medidas necessárias para o controle da ocorrência. A unidade foi estabilizada e desconectada do poço, que se encontra em condições de segurança. As autoridades competentes foram informadas", informou a Petrobras, em comunicado. Conforme o documento, não houve vítimas e foi realizado o desembarque marítimo de 77 pessoas, por meio de embarcações de apoio. A Noble confirmou que a Noble Paul Wolff, uma plataforma do tipo sonda submersível de posicionamento dinâmico, acima do mar, se assemelha a uma plataforma, podendo até ser chamada assim. Debaixo d'água funciona como uma broca gigante. A sonda que adernou podia perfurar a até 9 mil metros de profundidade total. Há diferentes formas de se estabilizar uma plataforma em alto mar, enfrentando ondas de 8 metros sem haver deslocamento. No caso de águas rasas, a estabilização pode ser feita com âncora. A sonda em questão opera a 2,8 mil metros de lâmina d'água, profundidade que inviabiliza o sistema de ancoragem tradicional. No caso da Noble Paul Wolff a estabilização é feita com um sistema de posicionamento dinâmico. Isso significa que um conjunto de hélices coordenados por um sistema eletrônico corrige a cada instante a estabilidade da unidade. A "Noble Paul Wolff" é uma sonda do tipo semissubmersível, ou seja, parte dela pode ficar sob a água. A característica é importante para situações em que é necessário ter grande estabilidade (no caso de uma perfuração, por exemplo) e rapidez de locomoção (para ser deslocada a outros campos). A perfuração de um poço pode durar em média quatro meses. Depois desse período, a sonda é retirada e substituída por uma unidade de produção, seguindo para outra localidade, para começar uma nova perfuração. O chamado sistema de lastro é composto, nesta sonda, por três "pernas", ou três tanques, que podem ser enchidos com água ou esvaziados. Para ficar mais pesado (durante a perfuração) os tanques são enchidos com água do mar. Para ser deslocado a outro campo, os tanques são esvaziados e a plataforma fica mais leve. A inclinação acontece e precisa ser imediatamente corrigida quando há uma falha no monitoramento do volume de água. A sonda é antiga, foi construída em 1980 e reformada em 2006, retomando suas condições iniciais e modernizando sistemas. quando passou por um "upgrade", segundo a Noble. A bandeira da unidade é da Libéria. Essa espécie de plataforma tem forma triangular, com lados de 104 metros e 99 metros. Tecnicamente, não se trata de uma plataforma, embora se assemelhe fisicamente com uma e seja comumente chamada assim. A sonda é usada para perfurar poços ou fazer serviços no fundo do mar, como a troca de uma válvula, por exemplo. Mas a sonda não produz petróleo.

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