quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

TOMBINI RECONHECE QUE BANCO CENTRAL PODERÁ USAR RESERVAS EXTERNAS PARA CONTER ALTA DO DÓLAR

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou, nesta terça-feira, que o Banco Central tem feito o "dever de casa" para controlar a inflação e acrescentou que a autoridade monetária garantirá que a inflação continue desacelerando de 2014 em diante. "Estamos fazendo nosso dever de casa, combatendo a inflação", disse Tombini. Ele tem feito uma investida de comunicação para tentar tranquilizar o mercado. Primeiro, reuniu-se com a diretoria do jornal Financial Times, em Londres. Depois, concedeu entrevista exclusiva à revista EXAME, do Grupo Abril, o mesmo que publica VEJA. Segundo Tombini, o Banco Central trabalha para trazer a inflação ao centro da meta, de 4,5% ao ano. Contudo, não tem obtido muito sucesso. Apesar do controle de preços em alguns setores, como o elétrico e o de combustíveis, em 2013, o IPCA encerrou o período em 5,59%. A valorização do dólar, que se intensificou depois que o Federal Reserve admitiu que retiraria os estímulos monetários da economia americana, foi um fator que aumentou a dificuldade do Banco Central em trazer a inflação para o centro da meta. À imprensa internacional, o presidente da autoridade monetária voltou a dizer que o País possui vários instrumentos para combater a volatilidade e lidar com o aumento dos preços, dentre eles, as reservas internacionais do País, atualmente em torno de 375 bilhões de dólares. "Todos os instrumentos estão sobre a mesa para combater a volatilidade, em particular as reservas internacionais", afirmou. Até o momento, a autoridade monetária não tocou nas reservas para conter a alta do dólar. Tem usado outro instrumento: o leilão de contratos de swap cambial, o que equivale à venda de dólares no mercado futuro. Desde a metade do ano passado, mais de 100 bilhões de dólares foram ofertados para conter a alta da moeda. A fala do presidente do Banco Central contribuiu para que os juros futuros passassem a recuar, após o mercado financeiro interpretar as declarações como uma indicação de que o atual ritmo da política monetária pode ser reduzido.

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