domingo, 9 de fevereiro de 2014

PETISTAS TENTAM ISOLAR O BANDIDO MENSALEIRO HENRIQUE PIZZOLATO PARA NÃO COMPROMETER TESE DE "JULGAMENTO INJUSTO"

A prisão do bandido petista Henrique Pizzolato na Itália, na semana passada, com documentos falsos, e a descoberta de um plano de fuga que remonta a 2007, cinco anos antes de o Supremo Tribunal Federal dar suas sentenças sobre o Mensalão do PT, deixaram parte dos petistas constrangida e já levam os integrantes do partido da presidente Dilma Rousseff a tentar "isolar" o caso do ex-presidente de Marketing do Banco do Brasil. O relato da tentativa do bandido Henrique Pizzolato de se passar por Celso, seu irmão morto num acidente de carro em 1978, inclusive na hora em que foi descoberto pela política italiana, contrasta com as imagens da prisão, em novembro do ano passado, de petistas com os braços levantados, como o ex-ministro e bandido mensaleiro José Dirceu, e o ex-presidente do partido José Genoino, também bandido mensaleiro. O gesto que buscou dar uma conotação de "julgamento político" ao Mensalão do PT também foi repetido pelo ex-presidente da Câmara, o ex-deputado federal e bandido mensaleiro João Paulo Cunha, dias antes de sua prisão, e virou provocação quando feito pelo vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), ao lado do presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, na cerimônia de abertura do ano legislativo. A reação de constrangimento com Pizzolato veio do líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP). "Quando foge parece que está assumindo a culpa. É um sentimento de vergonha que fica para a militância do PT", disse ele na quinta-feira: "Estamos defendendo a tese da inocência, combatendo o que foi feito no julgamento, então ele não tinha que ter fugido". No dia seguinte, Vicentinho disse ter feito só um "desabafo". A tentativa de "isolar" o caso Pizzolato começou a ser verbalizada logo depois. "A fuga do Pizzolato não diz respeito a nada do PT. O governo brasileiro está tomando as medidas para providenciar a extradição. É um problema que está a cargo da Justiça e da polícia internacional. Esta questão não envolve o PT nem tangencialmente nem lateralmente", disse o presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Emidio de Souza. Pizzolato construiu sua história no movimento sindical, como funcionário de carreira do Banco do Brasil. Chegou a ser candidato ao governo do Paraná pelo PT em 1990 atacando justamente um dos crimes pelos quais foi condenado, a corrupção. Assim como presidente do PT paulista, o líder do partido no Senado, Wellington Dias (PI), também tenta apartar o caso de Pizzolato dos outros condenados. "O caminho dos demais presos de se apresentar voluntariamente foi o mais adequado", disse Dias, que é ex-governador do Piauí. Para ele, a atitude do ex-diretor do Banco do Brasil foi "de foro íntimo".

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