segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

MINISTÉRIO PÚBLICO DENUNCIA À JUSTIÇA OS BLACK BLOCS ACUSADOS DO ASSASSINATO DO CINEGRAFISTA SANTIAGO ANDRADE NO RIO DE JANEIRO

A promotora da 8ª Promotoria de Investigação Penal do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Vera Regina de Almeida, encaminhou nesta segunda-feira para a Justiça a denúncia contra o agente de serviços gerais e black bloc Caio Silva de Souza e o tatuador e também black bloc Fábio Raposo por crimes de explosão e homicídio doloso triplamente qualificado (praticado por motivo torpe) com impossibilidade de defesa da vítima e com emprego de explosivo. Os black blocs Caio e Fábio são acusados de terem acendido e jogado o rojão que provocou a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Ilídio Andrade, durante uma manifestação, no dia 6, no centro do Rio de Janeiro, em protesto aos reajustes de tarifas de ônibus. De acordo com o Ministério Público, a denúncia aponta que Fábio e Caio caminharam lado a lado, com camisas enroladas na cabeça, até próximo ao local onde o rojão foi acionado e Fábio ainda usava uma máscara à prova de gás. “Fábio, então, entregou o artefato para Caio e se posicionou de forma a poder observar o resultado de sua ação criminosa. Caio colocou o rojão em um canteiro e o acionou, afastando-se correndo do local”, indica a denúncia. O documento descreve também a divisão de tarefas entre os dois. “Com Fábio entregando para Caio o rojão com a finalidade, previamente por ambos acordada, de direcioná-lo ao local onde estava a multidão e os policiais militares e, assim, causar um grande tumulto no local, não se importando se, em decorrência dessa ação, pessoas pudessem vir a se ferir gravemente, ou mesmo morrer, como efetivamente ocorreu”, incluiu a promotora na denúncia. Vera Regina de Almeida requereu à Justiça a prisão preventiva dos jovens suspeitos pelo envolvimento na morte do cinegrafista. Atualmente os dois estão em sistema de prisão temporária de 30 dias. Caio está detido na Cadeia Pública José Frederico Marques e Fábio na Penitenciária Bandeira Stampa, ambas no Complexo de Gericinó, em Bangu. Na Justiça, a denúncia ficará a cargo da 3ª Vara Criminal do Tribunal do Juri. O juiz, depois de analisar, vai decidir se aceita a denúncia.

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