terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

LUCRO DA PETROBRAS RECUA NO QUATRO TRIMESTRE, MAS AVANÇA 11% NO ANO

O reajuste dos combustíveis anunciado em novembro ajudou, mas não impediu a Petrobras de amargar nova queda no lucro líquido durante o quarto trimestre de 2013. O balanço divulgado na noite desta terça-feira pela estatal apresentou lucro de 6,281 bilhões de reais entre outubro e dezembro, uma retração de 18,9% sobre o quarto trimestre de 2012. Trata-se da segunda queda trimestral consecutiva registrada pela Petrobras na comparação entre períodos equivalentes - entre terceiros trimestres, o lucro havia caído 39%. O resultado veio acima das expectativas de analistas, que previam um lucro líquido médio de 5,41 bilhões de reais — cerca de 35% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. No ano, o lucro da companhia avançou 11%, a 23,57 bilhões de reais. "Esse aumento é explicado pelos maiores preços de venda de combustíveis, função dos 3 reajustes do diesel e 2 da gasolina realizados ao longo do ano, pelo significativo aumento da produção de derivados em nosso parque de refino, pelos expressivos resultados  de redução de custos e aumento de produtividade bem como pelos ganhos com as operações de venda de ativos", afirmou a presidente da estatal, Graça Foster, em nota. Outro fator que impediu o resultado trimestral de despencar ainda mais foi a decisão tomada pela Petrobras de adotar a contabilidade de hedge, uma prática contábil que reduz o efeito do impacto da variação cambial sobre as dívidas denominadas em dólar. Ao proteger 70% da dívida com a ferramenta contábil, a Petrobras reduziu o impacto da forte alta do dólar no decorrer de 2013 sobre a linha financeira. Como consequência, a estatal reportou despesa financeira líquida de 3,021 bilhões de reais entre outubro e dezembro, período no qual o dólar se valorizou 5% sobre o real. Nos três últimos meses de 2012, com o dólar praticamente estável, o resultado financeiro ficou positivo em 2,788 bilhões de reais. Não fosse a aplicação da contabilidade de hedge, o saldo negativo da linha financeira seria maior. O resultado operacional, por outro lado, foi beneficiado, entre outros fatores, pelo reajuste de 4% na gasolina e de 8% no diesel anunciados em novembro. O aumento reduziu o prejuízo apurado pela Petrobras nas operações de importação e posterior revenda de combustíveis. O mesmo reajuste de combustíveis, aliado ao impacto do dólar mais valorizado sobre as exportações, impulsionou a receita líquida da Petrobras em 10,4% na comparação com o quarto trimestre de 2012, para 81,028 bilhões de reais. Este é o maior resultado trimestral já alcançado pela estatal, superando a marca de 77,700 bilhões de reais do terceiro trimestre de 2013. No ano, a receita líquida avançou 8% a 304,9 bilhões de reais.

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