segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

ESTIAGEM VAI AFETAR O AGRONEGÓCIO DO BRASIL NESTE ANO

A estiagem prolongada e atípica, registrada no início deste ano,  vai afetar algumas culturas agrícolas que terão quebra de safra e de produção, avaliaram nesta segunda-feira especialistas do setor, durante as comemorações dos 117 anos da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), no Rio de Janeiro. O  presidente do Conselho Superior do Agronegócio, da Federação das Indústrias de São Paulo (Cosag-Fiesp), João Sampaio, disse que esse é o caso da cana-de-açúcar, café, laranja, que deverão apresentar quebra. “Mesmo a soja, que está indo muito bem, ainda, no Mato Grosso, nos Estados onde a estiagem foi mais forte, como Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, vai quebrar  um pouco da safra”. A expectativa, segundo explicou Sampaio, é que a chuva se torne regular a partir de agora e minimize os estragos. “Se a chuva não vier, pode  ter um impacto grande na segunda safra de milho, porque, com dificuldade de chuva, não se planta. Certamente, vai ter impacto”, disse ele. O presidente do Cosag-Fiesp não acredita, entretanto, que  o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio venha a ser afetado. O que normalmente ocorre, quando há quebra de safra, disse ele, é que os preços  sobem e a receita bruta do agronegócio pode não ser impactada. Ele explicou que “embora com produção menor, se os preços forem maiores, o PIB fica do mesmo tamanho. Mas, com certeza, afeta a renda do setor, porque, produzindo menos, mesmo que o preço seja maior, você  tem um impacto nos seus custos e  a rentabilidade fica prejudicada”. O presidente da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA), Antonio Alvarenga, se mostrou mais otimista. Ele acha que a estiagem comprometeu  pouco a safra de grãos: “Poderia ser um pouco melhor, mas não chegou a comprometer”. No caso de culturas como café, ele acha que essa perda é muito limitada ainda. Alvarenga acrescentou que o PIB do agronegócio não vai sofrer grande problema, devido à estiagem. A entidade trabalha com a perspectiva de crescimento de 3,5% a 4% no PIB da agricultura brasileira este ano, superando o PIB do País, que ele estima ficar em torno de 2%.

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