segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

APOIO A PROTESTOS CAI A SEU MENOR NÍVEL DESDE JUNHO

Caiu brutalmente o apoio da população aos protestos. Nem poderia ser diferente. Aliás, esses que vão às manifestações para promover depredações e arruaça, ainda que digam estar protestando contra o governo, são, na prática, seus maiores aliados. A cada vez que há um confronto violento, Gilberto Carvalho deve fazer uma oração. A violência é um bom modo de manter a população afastada das ruas. Não estou sugerindo, não, que o PT infiltre baderneiros só para provocar confusão. Seria uma burrice fazer isso. É que esses que se dizem ou se comportam como black blocs são primitivos e idiotas demais para entender como funciona a política.

Segundo pesquisa Datafolha, publicada pela Folha nesta segunda, apenas 52% apoiam os protestos. Esse índice chegou a ser de 81% no fim de junho. Por outro lado, saltaram de 15% em junho para 42% agora os que se opõem às manifestações. Quando os eventos são associados à Copa do Mundo, a adesão é ainda menor: 63% são contrários a manifestações durante a disputa, contra 32% que acham que têm mais é de ir para a rua (veja quadro publicado pela Folha).
Datafolha protestos fevereiro 2014
Sim, os números ainda são preocupantes para um governo que tem a obrigação de garantir a segurança de um acontecimento gigantesco. Como já afirmei aqui, essa é a principal pedra que Dilma tem no meio do caminho.
A pesquisa Datafolha traz um dado interessante: 72% dos entrevistados que têm curso superior dão seu apoio aos protestos, que cai para 37% entre os que só têm o ensino fundamental. Mundo afora, e não é diferente no Brasil, as camadas mais instruídas da sociedade e também as de maior renda tendem a ser mais críticas a governos e suas iniciativas porque lidam com uma massa maior de informações.
Ocorre que, no regime democrático, governos são eleitos pelas maiorias — e ninguém ainda inventou um sistema melhor do que esse. É claro que Dilma se sente um pouco aliviada ao perceber que a rejeição à Copa do Mundo não se alastrou, não ainda, de maneira importante, entre os mais pobres e menos instruídos — que formam, justamente, a maioria do país.
Uma coisa se pode afirmar com absoluta certeza: se os protestos tivessem se conduzido com respeito às regras da ordem democrática, haveria muito mais gente na rua. A entrada em cena dos black blocs e o clima de tolerância com o vale-tudo fizeram em favor da desmobilização das ruas o que os petistas nunca conseguiriam realizar. Os Marcelos Freixos e seus moleques amestrados são os maiores aliados, hoje, do governo Dilma. Por Reinaldo Azevedo

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