sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A DELINQUÊNCIA INTELECTUAL NA ENTREVISTA DE UM CHEFETE DO PSTU

Um festival de boçalidade, covardia e prevaricação toma conta do país. Aconteceu o que parecia impossível. Agora estamos discutindo se sair quebrando e incendiando tudo por aí é ou não, em alguma medida, aceitável. Há estupidez em todo canto: na imprensa, no governo, nos partidos de esquerda…

O presidente do PSTU do Rio de Janeiro, por exemplo, um certo Ciro Garcia, resolveu conceder uma entrevista coletiva para negar que o partido tenha vínculos com a violência de rua. Muito bem! Então não tem. Mas o que ele pensa a respeito parece dar pistas do que a sua turma anda a fazer nos bastidores. Garcia diz que, se existe financiamento para os black blocs, ele “vem da direita”. É mesmo? Qual direita? Na única lista que veio a público até agora com doações àqueles patriotas, só há esquerdistas. Ou o PSOL se situa à direita no espectro político?
Mas essa ainda uma abjeção leve deste senhor. Referindo-se ao assassinato do cinegrafista Santiago Andrade, afirmou:
“Foi uma ação inconsequente de consequências desastrosas. Não temos nenhuma relação com esses meninos. Não acreditamos com a metodologia por acreditarmos que ela serve à própria burguesia, que não quer as pessoas nas ruas. Essa criminalização das pessoas que estão protestado, porém, é intencional para esvaziar as ruas às vésperas da Copa do Mundo”.
Então vou decupar a fala desse valente:
1: para ele, a estratégia só é ruim porque, a seu juízo, serve à burguesia. Não fosse isso, infere-se, seria boa. Não se trata de um repúdio à violência como princípio. Ele só acha que não atende a bons fins. Um gigante moral!
2: Não são meninos.
3: Qual criminalização? Quem está criminalizando o quê? O que é intencional? Será que Santiago Andrade se deixou assassinar apenas para esvaziar as ruas?
A delinquência intelectual dessa gente não tem limites. Segundo esse cara, “a linha editorial da grande mídia é a da espetacularização da violência. Deu-se importância maior ao quebra-quebra do que às reivindicações dos trabalhadores e da juventude”.
Decupo de novo:
1: Ainda que tudo tivesse se resumido ao quebra-quebra, note-se: ele sempre será mais importante do que as reivindicações — já que a imprensa atende aos interesses coletivos, não os de grupos minoritários.
2: Quebra-quebra uma ova! Um homem foi morto, sujeito! Um pai de família teve os miolos estourados por delinquentes disfarçados de manifestantes.
3: Quem é o PSTU para falar em nome “dos trabalhadores e da juventude”? Esse partido não conseguiu até hoje eleger um único representante no Congresso porque se sustenta aparelhando alguns sindicatos e algumas entidades estudantis — e nada mais. O povo mesmo nem sabe que existe;  não saberia distinguir o partido de um rato morto. Por Reinaldo Azevedo

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