segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

SÃO PAULO DARÁ BÔNUS A POLICIAIS POR CUMPRIMENTO DE METAS. É O CORRETO. PAÍS PRECISA DE MAIS MERITOCRACIA E MENOS CORPORATIVISMO


Alckmin: projeto concede bônus a policiais por cumprimento de metas
Alckmin: projeto concede bônus a policiais por cumprimento de metas
O governo de São Paulo decidiu implementar um sistema de cumprimento de metas para as polícias civil e militar. Se atingidas integralmente, cada policial poderá ganhar bônus de até R$ 2 mil por trimestre. O governador Geraldo Alckmin já enviou a proposta à Assembleia. Informa a Folha: “As metas serão estabelecidas trimestralmente, com base na comparação com o mesmo período do ano anterior, e valerão para três grupos de crimes: vítimas de mortes violentas (homicídios e latrocínios), número de roubos em geral e número de furtos e roubos de veículos”. No do caso dos homicídios, por exemplo, o objetivo é reduzir o número de ocorrências em 7% neste trimestre, no cotejo com os números de igual período de 2013. Em casos assim, o leitor tem o direito de perguntar: “Mas como é que o incentivo interfere na disposição de uma pessoa matar outra?”. Em princípio, parece-me que se trata de um incentivo — e de um bom incentivo — para que as polícias e os policiais trabalhem realmente em conjunto. Pode melhorar, por exemplo, o trabalho de policiamento preventivo. O Brasil é um país que ainda engatinha na meritocracia. A nossa cultura, infelizmente, é de outra cepa — no caso, de má cepa: é corporativista e coletivista no pior sentido da palavra. O resultado é sempre catastrófico — para quem depende do serviço público.
Tomem o exemplo da Educação. É um vexame continuado. Sindicatos de professores Brasil afora rejeitam como o diabo foge da cruz qualquer programa relacionado ao mérito e ao desempenho dos profissionais da educação. Tendem a recusar, o que é um escândalo, até  mesmo cursos de especialização e reciclagem profissional. Ficam naquela: “Ou dá aumento para todo mundo, e esses ganhos são incorporados ao salário, ou nada feito!”. Trata-se de um sindicalismo, em regra, atrasado e burro, que existe para alimentar a existência da própria máquina sindical. Os estudantes são os mais prejudicados; em seguida, os próprios professores.
Por que é assim? Porque boa parte dos nossos sindicalistas são, ora vejam!, “socialistas”, sabem? Eles se apoderam da máquina sindical não para melhorar as condições de vida e de trabalho dos seus associados, mas para, um dia, quem sabe, fazer a revolução. Bem, a revolução jamais chegará, e eles jamais abandonarão a boquinha sindical. Afinal, tomar conta daquela máquina corresponderá a ganhar salário sem trabalhar.
Mas volto ao ponto: São Paulo, segundo o Mapa da Violência e o Anuário de Segurança Pública (de onde colho os números seguintes), está entre os dois estados com a menor taxa de assassinatos (Crimes Violentos Letais Intencionais) do país: 12,4 por 100 mil. É menos da metade da taxa brasileira (25,8) e praticamente a metade da do Rio (24,5). Está abaixo de um terço da taxa da Bahia (40,7). Em 12 anos, essa taxa caiu mais de 70% no Estado.
Mas é óbvio que ela é ainda alta e mais precisa ser feito. O programa de metas é uma boa saída, e os benefícios são consideráveis. Por Reinaldo Azevedo

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