sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

PSDB DECIDE RECORRER AO MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL CONTRA SKAF POR PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA COM RECURSOS DA FIESP E DO SESI

O PSDB paulistano decidiu que recorrer ao Ministério Público Eleitoral contra Paulo Skaf, presidente da Fiesp e futuro candidato do PMDB ao governo de São Paulo, informa Daniela Lima, na Folha. O partido acusa Skaf de usar a estrutura a Fiesp e do Sesi para fazer propaganda eleitoral antecipada. Faz sentido? Faz. Raramente se viu coisa tão escancarada. Skaf, vamos dizer assim, “privatizou” a federação e, o que é pior, o Sesi, que lida também com recursos públicos.

Em julho do ano passado, a Folha divulgou números impressionantes. Skaff havia aparecido em inserções comerciais nada menos de 1.151 vezes no primeiro semestre, mais do que uma celebridade como o ator e apresentador Rodrigo Faro, conhecido por fazer muitos comerciais. Em todas essas inserções, Skaf tenta imprimir as suas digitais em ações que são das entidades que preside ou ligadas à federação.
Entre as inserções comerciais que os tucanos consideram campanha, está aquela em que Skaff comemora a suspensão do reajuste do IPTU em São Paulo. Sim, a Fiesp recorreu contra o reajuste, mas o PSDB também, e as duas foram fundidas numa só. Agora o presidente da Fiesp pretende recorrer contra o reajuste de IPTU em outras cidades — de preferência em municípios administrados por partidos de futuros adversários eleitorais.
Olhem aqui, leitores! Algumas teses de Skaf — como o combate ao aumento do IPTU e à alta carga tributária — são simpáticas e, se querem saber, têm um saudável apelo conservador, coisa que faz falta na política nacional. E, não por acaso, essas teses, somadas à sua onipresença na TV, lhe estão rendendo dividendos eleitorais. Ele aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, com até 19%das intenções de voto.
Mas cumpre não ser inocente. Skaf é PMDB, e o grande aliado do PMDB, em escala nacional, é o PT. Ainda que Skaf tenha incomodado o prefeito Fernando Haddad, o PT não reclama. Considera que ele é fundamental no esforço para derrotar Alckmin em São Paulo. Assim, o suposto conservadorismo do presidente da Fiesp, no limite, interessa mesmo é ao PT.
Mas essas são firulas políticas. O que me parece inaceitável, independentemente da qualidade das teses de Skaf, é o uso desassombrado da máquina da Fiesp e do Sesi. Ele vai ser candidato. Ele atua como candidato. Ele tem conversa de candidato. Ele circula como candidato. E está fazendo propaganda de si mesmo com recurso da federação que preside e do Sesi. Por Reinaldo Azevedo

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