sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGA DESPERDÍCIO DE 214 TONELADAS DE MEDICAMENTOS NO RIO DE JANEIRO

Alertados por uma denúncia anônima de desperdício de remédios, promotores da Tutela Coletiva do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro chegaram, de surpresa, à Central Geral de Abastecimento, o depósito de medicamentos e suprimentos para as unidades da rede estadual de Saúde.  A "batida" ocorreu no último dia 28 de outubro, e comprovou as informações enviadas para o Ministério Público: a comitiva encontrou um caminhão carregado com medicamentos, materiais de uso médico e suprimentos fora do prazo de validade sendo levados para incineração. Ao todo, 214,4 toneladas de medicamentos e insumos foram queimados entre janeiro e outubro de 2013, segundo um relatório elaborado pelo Ministério Público. A situação flagrada pelos promotores na CGA deu origem a um inquérito para apurar responsabilidades e as razões para uma quantidade tão expressiva de materiais comprados com dinheiro público serem simplesmente descartadas. A situação torna-se mais grave diante da dificuldade que a população enfrenta para obter certos tipos de medicamento. Para se ter uma idéia da luta diária travada pelos pacientes no Estado, por mês, a Defensoria Pública ajuíza cerca de 700 ações para garantir o fornecimento de remédios a pacientes crônicos. O caminhão encontrado pelos promotores no dia do flagrante estava sendo levado para a empresa Haztec S/A, para incineração. Os produtos fora de validade eram 139,8 toneladas de medicamentos e 74,3 de produtos médico-hospitalares, vencidos entre 209 e 2010, portanto, na gestão do secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, exonerado do cargo na quinta-feira. Os promotores já sabem que a queima de dinheiro público na gestão de Côrtes não se limitou a 2009 e 2010. Os peritos do Grupo de Apoio Técnico Especializado (Gate) do Ministério Público trabalham com uma extensa lista de produtos, que incluem medicamentos de programas federais, como os destinados ao tratamento de HIV,  materiais cirúrgicos, válvulas cardíacas e kits de diagnóstico, que perderam a validade em 2011, 2012 e 2013.

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