domingo, 12 de janeiro de 2014

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL EM SANTA CATARINA VAI AJUIZAR AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CONTRA A MINISTRA PETISTA IDELI SALVATI

Três procuradores do Ministério Público Federal que atuam em Joinville devem assinar e ajuizar até o fim do mês uma ação contra a ministra de Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti, por improbidade administrativa. A decisão foi tomada após a conclusão do inquérito civil público iniciado no ano passado. Os procuradores Davy Lincon Rocha, Rodrigo Joaquim Lima e Mário Sérgio Ghannagé Barbosa consideram que houve irregularidades graves no uso do único helicóptero da Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarina por parte da ministra em vôos desde 2012, mas principalmente durante o ano passado. Ideli usou o helicóptero para viagens ao Sul do Estado, à região do Vale do Itajaí e ao Planalto Norte, para participar de solenidades oficiais e encontros com políticos e empresários. A aeronave é conveniada com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a prioridade é o salvamento de vítimas de acidentes nas BRs do Estado. A Polícia Rodoviária Federal informou, durante os três meses de investigação do Ministério Público Federal, que os gastos foram de R$ 35 mil. Mas os procuradores vão recalcular esse valor. "Os R$ 35 mil são apenas das seis horas de vôo. O valor é mais alto. Vou recalcular levando em conta também as horas em que ele ficou à disposição da ministra", disse Barbosa. A ação deve ser ajuizada até o fim do mês. Além do ressarcimento do valor gasto com o helicóptero, o Ministério Público Federal também quer que a ministra seja punida administrativamente e com multa em dinheiro. O helicóptero Bell 407, prefixo PT-YZJ, foi usado pela ministra petista para a entrega de algumas obras do governo federal e para o deslocamento dela e de assessores para assinaturas de ordem de serviço. Quando isso ocorreu, toda a estrutura de salvamento que fica no helicóptero, como maca e tubos de oxigênio, teve de ser retirada. A modificação do aparelho para o transporte da ministra passava a caracterizar a aeronave apenas como de transporte civil, e não mais para atendimento de emergência. A Polícia Rodoviária Federal informou que houve 52 acidentes com 73 feridos e dois mortos nas estradas de Santa Catarina em pelo menos três dias em que Ideli utilizou a aeronave. Os dados fazem parte do Relatório Operacional Diário da Polícia Rodoviária Federal e agora integram o inquérito do Ministério Público Federal.

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