quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

JUSTIÇA GAÚCHA CONSIDERA ILEGAL GREVE GERAL DOS MOTORISTAS DE ÔNIBUS, MAS CONTINUA O LOCKOUT EM PORTO ALEGRE

A Justiça gaúcha aplicou uma multa de R$ 100 mil ao Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre e considerou ilegal a greve que paralisou todo o serviço de ônibus da capital. O valor será bloqueado de contas bancárias existentes em nome da entidade, via sistema BacenJud, do Banco Central. O valor corresponde a dois dias de paralisação, sem cumprimento da decisão judicial que mandou que o sindicato garantisse o serviço de 30% da frota durante o dia, com ampliação para 70% nos horários de pico. Apesar disto, a greve continuará total nesta quinta-feira. Aliás, não se trata só de uma greve geral, é na verdade um lockout geral, é uma greve de patrões que estão apoiando e dando sustentação aos trabalhadores. O desrespeito do sindicato, apoiado pela Força Sindical, é um ataque frontal ao Poder Judiciário, portanto, ao Estado Democrático de Direito, e é inaceitável. A decisão judiucial mandou os trabalhadores voltarem aos cargos e autorizou as empresas  a descontar os dias parados dos salários dos empregados e contratar emergencialmente outros trabalhadores para substituí-los. Mas, é bobagem, porque essa greve é de patrões. Levantamento realizado pelo CDL e também pelo Sindilojas Porto Alegre nesta quarta-feira com lojistas de diversas regiões da capital aponta prejuízo em vendas, baixo fluxo de clientes e dificuldades para os funcionários chegarem ao trabalho. A média de redução nas vendas ultrapassou os 30%. O impacto no resultado do mês pode chegar a 50%. Nos shoppings a queda de frequência podia ser verificada por qualquer um, os estabelecimentos estavam vazios. Os supermercados fecharam no mínimo duas horas mais cedo, para que os funcionários pudessem voltar para casa à noite com mais folga. A cidade parou em grande número de suas atividades. Parte considerável da responsabilidade por este descalabro na cidade é do Tribunal de Contas, que não termina nunca suas intermináveis e inúteis auditorias. Nenhuma auditoria no setor de transporte coletivo terá qualquer validade, em Porto Alegre ou em cidades do Interior, enquanto não forem realizadas auditorias patrimoniais nas empresas e em seus donos. Os prefeitos também têm uma enorme carga de responsabilidade, porque não assumem nunca a imposição legal da realização de licitações para a contratação de empresas de transporte coletivo. E tudo a dizer sobre a responsabilidade do Ministério Público, que deixa que a situação perdure por 40 anos em tomar uma providência. Só podia resultar no caos que se viu nesta quarta-feira em Porto Alegre. Mas, já é possível antecipar: vai sair um "negocião" de última hora, um "acordão", com a participação do Tribunal de Contas e do Ministério Público, e os grandes vencedores serão os donos de ônibus, e os grandes prejudicados serão os passageiros. Esperem para ver..... e esperem pelos protestos populares.

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