quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

GOVERNO PETISTA DO ACRE AGORA QUER IMPEDIR A IMIGRAÇÃO DE HAITIANOS. EM 2012, ALUNOS FORAM OBRIGADOS A ELOGIÁ-LA NA AUTORITÁRIA E ESQUERDOPATA REDAÇÃO DO ENEM


Haitianos em Brasiléia, no Acre: governo federal incentivou a imigração
Haitianos em Brasiléia, no Acre: governo federal incentivou a imigração
O governo do Acre, liderado pelo petista Tião Viana, onde Marina Silva também é poder, agora quer que o governo federal feche as passagens da fronteira do estado com o Peru. Por quê? Para conter a invasão de haitianos. É mesmo, é? Antes de entrar no mérito da questão, vamos recorrer a um pouco à memória. Lembram-se do tema da redação do Enem de 2012, que esculhambei aqui? Recupero o caso. Os estudantes, coitados!, foram obrigados a desenvolver o seguinte tema: “O movimento imigratório para o Brasil no século XXI”. Ainda que houvesse efetivamente um fenômeno dessa natureza, cumpria lembrar que estávamos apenas nos 12o ano do século 21! “Século”, em ciências humanas, não é só uma referência temporal. É também um tempo histórico. Ao estudante, foram apresentados três textos de referência. Um deles tratava da imigração para o Brasil no século 19 e começo do século 20 e de sua importância na formação do País. Um segundo abordava a chegada dos haitianos ao Acre, e um terceiro tratava dos bolivianos clandestinos que trabalham em oficinas de costura em São Paulo. Tentava-se induzir os alunos a relacionar estas duas ocorrências recentes — a chegada de haitianos e de bolivianos — aos fluxos migratórios do passado, quando houve um claro incentivo oficial à entrada de imigrantes. Os fatos de agora não guardam qualquer relação de forma ou conteúdo com o que se viu no passado. Mas e daí? O Enem não está interessado em rigor intelectual — e bem poucos alunos do ensino médio teriam, com efeito, crítica suficiente para estabelecer as devidas diferenças.
Na formulação da proposta, pede-se que o aluno trate do tema “formulando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos”. Assim, exige-se do pobre que, além de defender e sustentar com argumentos uma tese estúpida, ainda se comporte como um verdadeiro formulador de políticas públicas ou, sei lá, um especialista em populações. Muito bem: digamos que um estudante seja contrário a que se concedam vistos a pessoas que cheguem clandestinas ao Brasil e que tenha defendido, na redação, seu repatriamento. Esse aluno hipotético estaria apenas cobrando respeito à lei — pela qual deve zelar o Poder Público — o mesmo Poder Púbico que realiza a prova.
Digam-me cá: a repatriação de clandestinos era uma “intervenção aceitável” para o Enem, ou o estudante estava obrigado a concordar com o examinador? A gente conhece a resposta. A repatriação, no caso, seguindo os passos das leis democraticamente instituídas no Brasil, caracteriza um atentado aos direitos humanos? Se o governo federal não sabe o que fazer com os haitianos e não consegue impedir a exploração da mão de obra barata dos bolivianos, por que alunos do ensino médio são obrigados a apresentar uma proposta?
Noto que a imigração ilegal divide opiniões no mundo inteiro e que é um absurdo, uma arrogância inaceitável, que se possa, depois de inventar uma tese, estabelecer qual é a opinião correta que se deve ter a respeito, exigindo ainda que os estudantes proponham “intervenções”, porém vigiados pelo “Tribunal dos Direitos Humanos”. Aí o bobinho esperneia: “Mas defender os direitos humanos não é uma coisa boa em si?”. Claro que é! Assim como ser favorável ao Bem, ao Belo e ao Justo. A questão é saber que tribunal decide quando “os direitos humanos” estão ou não a ser respeitados. Eu, por exemplo, considero que seguir leis democraticamente instituídas ou referendadas, segundo os fundamentos da dignidade humana (a integridade física e moral), é uma expressão eloquente dos… direitos humanos!
De tal sorte a petezada estava convicta de que o certo era permitir a entrada de quantos haitianos chegassem que a questão foi parar até na prova do Enem. Pois é…
E agora?
No Estadão Online, informa Itaan Arruda (em vermelho):O Governo do Acre vai propor ao Governo Federal que a fronteira com o Peru seja fechada para o trânsito de haitianos. Há duas possibilidades de fechamento da fronteira: entre Assis Brasil (Acre) e Iñapari ou no Peru/Equador (entrada dos imigrantes na América do Sul). A alegação do secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Moruão, é que a atual situação é “insustentável” e que a “administração do caos chegou ao limite”. Nas duas possibilidades, são exigidas soluções diplomáticas. Atualmente, 1,2 mil haitianos estão abrigados em um alojamento onde cabem, no máximo, 300 pessoas. “Em nome da dignidade dessas pessoas, é preciso que nós tomemos uma atitude urgente”, adverte o secretário. “Da forma como está, aquilo ali é uma tragédia anunciada”. O secretário de Justiça já informou ao governador do Acre, Tião Viana (PT), sobre a situação e sugeriu o fechamento da fronteira como medida emergencial. Ainda não se sabe exatamente quando o Governo do Acre formalizará o pedido. Desde 2010, a cidade de Brasileia recebe haitianos que chegam ao País pelo Acre utilizando a Carretera Interoceânica. Há três anos o fluxo de imigrantes no mês de janeiro aumenta com a expectativa de que as empresas brasileiras reativem contratos nessa época do ano. De um fluxo de 30 a 40 em meses como setembro ou outubro, o número aumenta para 70 ou 80 haitianos por dia. “Quando as empresas contratam, eles chegam e vão”, diz Mourão. “Mas, se não contratam, eles chegam e ficam”. A situação piora a cada dia. “Se um colchão daqueles pegar fogo, vai ser uma tragédia”, preocupa-se o secretário. “O Governo do Acre sempre tratou essas pessoas com dignidade, mas a administração do caos chegou ao limite”.
(…)
Retomo
E agora? O que fazer com aquele discurso “progressista” das fronteiras abertas, do “pode ir chegando que a gente vai concedendo visto”? Será que os petistas do Acre decidiram se comportar como os duros do Tea Party, nos EUA, que veem com maus olhos a imigração ilegal? Ou como a direita europeia, que reivindica medidas para coibi-la? Será, pergunte-se de passagem, que tais forças políticas são apenas malvadas? Cada um sabe onde lhe aperta o sapato, não é mesmo? O governo federal, na prática, por declarações e omissões, acabou incentivando a entrada de haitianos ilegais. Agora, não sabe mais o que fazer. Até porque eles não desembarcam diretamente no Brasil: têm escolhido o Peru e também a Bolívia. Só depois eles se instalam no Acre. Ora, dado o recado de que a entrada e a permanência no Brasil estão asseguradas, acontece o quê? O óbvio! Mais haitianos chegarão. Quando escrevi meu post a respeito, em 2013, fui tachado, claro, de “autoritário e reacionário”. Os “progressistas”, essa gente boa, defendem as fronteiras abertas, como a casa da mãe joana. No Brasil, nos EUA ou na Europa, certo? Eu só alertava para o fato de que o governo brasileiro estava incentivando, na prática, a vinda de haitianos e que a coisa caminharia para o colapso.
Aconteceu!
Leio agora as palavras do representantes do governo do Acre. Aconteceu! É evidente que o pedido de ajuda tem de ser encaminhado ao governo federal porque os estados não têm como tEmar medidas a respeito.
Há três meses, escrevi aqui:
“Tome-se um outro tema espinhoso, como o da migração. A resposta obviamente simpática, “humanista”, é a de que ela contribui para o desenvolvimento e a cultura. Perguntem, no entanto, aos moradores de Brasiléia, no Acre, que sofre uma verdadeira invasão de haitianos em situação ilegal, para ver qual é a opinião. Aposto que a esmagadora maioria dirá que “pobres que migram acabam criando problemas para as cidades”. Isso nada tem a ver com xenofobia, racismo ou discriminação de qualquer natureza. Trata-se apenas de um fato. Chama-se, muitas vezes, de “pensamento de direita” ou “pensamento conservador” o que é nada além de bom senso. Nesse sentido, ideologia, esta sim, é a engenharia social a que se dedicam as esquerdas, ao tentar impor um ponto de vista ancorado em convicções e crenças que insistem em desafiar a realidade.
Encerro
Afirmei, mais de uma vez, que o governo federal não poderia seguir recebendo indefinidamente haitianos — ou quaisquer outros — que entravam ilegalmente no país. Sabem como é… Lá veio a desqualificação: “Reacionário!”. Noto que, neste janeiro de 2014, “reacionário”, então, é o governo petista do Acre, né? Como o Tea Party ou a direita europeia… Por Reinaldo Azevedo

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