domingo, 26 de janeiro de 2014

EX-PRESIDENTE DO BANCO DO NORDESTE É DENUNCIADO POR DESVIO DE R$ 1,2 BILHÃO

O Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra o ex-presidente do Banco do Nordeste (BNB), Roberto Smith, e mais 10 dirigentes, pelo crime de gestão fraudulenta de instituição financeira. Na ação autuada na tarde da sexta-feira pela Justiça Federal do Ceará, o procurador Edmac Trigueiro acusa os ex-gestores de terem praticado irregularidades na administração dos recursos do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE). A acusação criminal sustenta que o desfalque nas contas do banco superou a cifra do R$ 1,2 bilhão. Na denúncia de 97 páginas, o Ministério Público Federal afirma que foram autorizadas cerca de 55 mil operações baixadas em prejuízo no BNB sem que a instituição tenha feito as cobranças judiciais para reaver os recursos. Dessas, 20,5 mil foram integralmente baixadas, gerando um prejuízo de R$ 832 milhões. Outras 34,5 mil transações foram parcialmente baixadas, e que causaram um rombo de R$ 442 milhões. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União, que embasa a denúncia do Ministério Público, constatou que das R$ 55 mil operações auditadas apenas 2.385 tinham autorização para serem cobradas judicialmente. Ou seja, o BNB eximiu-se em reaver os recursos em 95,6% das transações analisadas. Na denúncia, o procurador argumenta que os crimes contra o sistema financeiro cometidos pela cúpula do banco guardam "certa semelhança" com o caso do Mensalão do PT. A revelação das operações do BNB culminou na queda de Roberto Smith e de outros dirigentes da instituição em meados de 2011.

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