quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

ESTUDO DIZ QUE DANOS CEREBRAIS COMO O DE SCHUMACHER PODEM DESTRUIR VIDAS

Pessoas com ferimentos graves na cabeça, como o que deixou Michael Schumacher em situação crítica, ficam com o cérebro permanentemente alterado, o que faz com que sejam mais propensas a ter doenças mentais e a morrer prematuramente, disseram cientistas nesta quarta-feira. Especialistas em neurologia dizem que a maioria dos serviços de saúde falha ao estabelecer a ligação entre o traumatismo crânio-encefálico (TCE) e consequências mentais de longo prazo, o que significa que pacientes podem acabar caindo em depressão, ter problemas comportamentais ou relacionados ao crime. Schumacher está numa situação bem melhor do que a maioria das pessoas com TCE, mas terá, no entanto, um cérebro alterado e precisará se readaptar e lidar com isso.  "Se Schumacher sobreviver, ele não será Schumacher. Ele será (senhor) X. E sua reabilitação somente será eficaz se ele entrar em acordo com X - e cumprir o que X puder fazer", disse Richard Greenwood, um neurologista do Homerton Hospital e do Hospital Nacional de Neurologia e Neurocirurgia, em Londres: "Esse é um processo muito, muito difícil para a pessoa atravessar - e muitas não conseguem". O estudo, divulgado nesta quarta-feira na publicação especializada Jama Psychiatry, constatou que sobreviventes de TCE estão três vezes mais propensos a morrer prematuramente do que a população em geral, e frequentemente por suicídio ou acidentes fatais. Seena Fazel, do Departamento de Psiquiatria da Universidade Oxford, que comandou o estudo, disse que as razões exatas para o maior risco de morte prematura - que neste trabalho foi definida como antes dos 56 anos - não estão claras. Mas ele afirmou que podem estar ligadas a danos a partes do cérebro responsáveis pelo julgamento, tomada de decisões e atitudes de risco.

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