terça-feira, 28 de janeiro de 2014

CORTE DE IPI CUSTOU R$ 12,3 BILHÕES AO GOVERNO DA PETISTA DILMA ROUSSEFF

O incentivo tributário dado pelo governo para aumentar as vendas de automóveis, com a renúncia do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), custou 12,3 bilhões de reais para os cofres do governo federal, mas não foi suficiente para reduzir o lobby da indústria automobilística, que pede atualmente novos incentivos para o setor de autopeças, máquinas e exportações. A crise na Argentina e as restrições impostas pelo principal parceiro do Brasil no Mercosul devem diminuir as exportações nacionais de veículos e servem, agora, como novo instrumento de pressão sobre o governo. Desde o estouro da crise internacional em 2008, foram dez medidas de redução, prorrogação e retorno parcial do IPI. O imposto voltou a subir em janeiro de forma gradual e as alíquotas devem chegar ao patamar normal no segundo semestre do ano. O maior impacto das desonerações ao longo desse período ocorreu em 2013, no valor de 4,5 bilhões de reais, justamente quando o governo mais precisou de arrecadação para fechar as contas. A perda de arrecadação com as desonerações ajudou a derrubar o superávit primário do setor público e colocou em xeque a política de corte de impostos adotada pelo governo para acelerar o crescimento do PIB. As medidas de estímulo à economia não surtiram o efeito esperado na segunda etapa da crise financeira (depois de 2012) mas o governo tem tido enorme dificuldade em acabar com os incentivos por conta da pressão das empresas. Nas últimas semanas, dirigentes da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) vêm realizando reuniões seguidas com autoridades, nas quais têm apresentando uma extensa lista de pedidos. Tanto na avaliação do governo quanto dos representantes do setor a renúncia fiscal significou o aumento dos investimentos e do emprego. Segundo a Anfavea, o número de postos de trabalho ocupados no setor subiu de 144,6 mil no final de 2011 para 153,5 mil pessoas em dezembro de 2013, um aumento de mais 8,9 mil pessoas. O último dado disponível pela entidade mostra que os fabricantes investiram 5,34 bilhões de dólares em 2012. Os números de 2013 ainda não foram fechados, mas o setor tem o compromisso de investir 21 bilhões de dólares em quatro anos (2011-2014).

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