domingo, 26 de janeiro de 2014

ARGENTINA FLEXIBILIZA MEDIDAS DE CONTROLE DE CÂMBIO

O governo argentino liberalizou na sexta-feira algumas medidas de controle de câmbio, impostas nos últimos dois anos, para frear a fuga de pesos. A partir desta segunda-feira os argentinos poderão comprar dólares (e outras moedas estrangeiras) pelo câmbio oficial, operação que tinha sido proibida em julho de 2012. O chefe de gabinete da Presidência, Jorge Capitanich, também anunciou a redução do imposto cobrado para compras feitas com cartão de crédito no Exterior, de 35% para 20%. O anúncio foi feito dois dias após a maior desvalorização do peso em 12 anos. A cotação do dólar oficial saltou de 6,8 pesos na terça-feira para 8 pesos na quinta-feira. No mercado paralelo, que cresceu nos dois anos de política de controle cambial, a cotação do "dólar blue" (o paralelo) passou de 11,8 pesos para 13 pesos. As medidas fazem parte da política cambial de “flutuação administrada”, explicou o chefe de gabinete da Presidência argentina. Segundo o economista Fausto Spotorno, a intenção do governo é reduzir a brecha entre o dólar oficial e o paralelo, cuja cotação vem aumentando desde a implementação de rígidos controles ao câmbio. A primeira medida foi anunciada em outubro de 2011: quem quisesse comprar dólares na Argentina tinha de pedir autorização à Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip), órgão equivalente à Receita Federal brasileira, e demonstrar que tinha pesos suficientes para realizar a troca. “Os argentinos compram dólares há mais de três décadas porque acham que é a forma mais segura de poupar e preservar o poder de compra de seu dinheiro”, explicou o economista Marcelo Elisondo: “Não confiam nos bancos, porque o dinheiro deles já foi confiscado mais de uma vez e agora estão preocupados com a inflação”.

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