quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

ARGENTINA BUSCA ALIMENTOS PARA CONTER INFLAÇÃO; PODE COMPRAR TOMATE DO BRASIL, E OS BRASILEIROS É QUE SOFRERÃO OS AUMENTOS PELA FALTA DE PRODUTOS

A Argentina, uma das maiores produtoras agropecuárias do mundo, está disposta a importar alimentos para garantir o êxito de um esforço para controlar preços ante a alta inflação no país, e pode comprar tomates do Brasil, disse o governo nesta quarta-feira. A decisão marca uma mudança de estratégia do governo da presidente peronista populista e muito incompetente Cristina Kirchner, que impôs fortes restrições às importações de produtos para defender a indústria nacional. O chefe do gabinete de ministros, Jorge Capitanich, disse que Cristina Kirchner já instruiu a compra de tomates do Brasil, uma vez que se espera um aumento no preço devido à falta do produto causada por problemas climáticos. "Vamos recorrer inclusive à importação de determinados produtos precisamente para garantir o preço e a quantidade", afirmou o ministro. A Argentina tem uma das maiores taxas de inflação do mundo. Os preços ao consumidor subiram em torno de 25% em 2013, segundo estimativas privadas, embora as desprestigiadas estatísticas oficiais coloquem a estimativa em cerca de 10%. A falta de investimentos, uma grande emissão monetária para satisfazer o elevado gasto público e as incertezas sobre a economia local são alguns dos fatores que pressionam os preços para cima, segundo analistas. Mesmo que se negue a reconhecer a inflação, o governo deu início na última segunda-feira ao terceiro congelamento de preços em um ano, mas que abarca somente 200 produtos básicos dos milhares que se encontram nos supermercados, e que por enquanto se aplica apenas às grandes cadeias de supermercados em Buenos Aires e arredores. Capitanich disse que a importação de alimentos pode se estender "com o objetivo de garantir que o consumidor tenha todos os bens de preços monitorados perfeitamente garantidos em termos de abastecimento e em termos de preços". Os controles de preços usados anteriormente pelo governo fracassaram porque os produtos incluídos não se encontravam disponíveis nas gôndolas dos supermercados. Capitanich reconheceu a persistência do problema. "Temos identificado problemas de logística e abastecimento para alguns tipos de produtos", afirmou ele. A Argentina é um dos maiores exportadores mundiais de trigo, milho e soja, assim como outros produtos agroindustriais. Atualmente, por conta de preocupações com a inflação e abastecimento interno, bloqueia as exportações de trigo, afetando especialmente o Brasil, tradicionalmente o principal cliente do cereal argentino.

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