terça-feira, 14 de janeiro de 2014

ANALISTAS AVISAM, COMEÇO DE 2014 SERÁ PIOR QUE 2013 PARA AS CONTAS PÚBLICAS

O resultado fiscal de 2013 deixou contas para 2014, que vão aparecer especialmente nos primeiros meses do ano e devem pressionar negativamente as expectativas em torno da política fiscal brasileira. Além do volume de despesas postergadas nos últimos dias de dezembro de 2013 para janeiro deste ano (mais de 50 bilhões de reais), o governo petista de Dilma Rousseff terá que aumentar as transferências para Estados e municípios com a divisão obrigatória dos recursos das receitas dos débitos tributários pagos nos programas de parcelamento (Refis). O repasse de 1,95 bilhão de reais como compensação da Lei Kandir para os governos regionais exportadores também ficou para 2014. "A diferença do início de 2011, quando víamos o começo ruim de um ano bom, hoje veremos o começo ruim de um ano pior", avalia o economista-chefe da corretora Tullett Prebon, Fernando Montero. Para o especialista, o resultado das contas de Tesouro Nacional acentuará o retrato pouco animador para a política fiscal em janeiro com a "herança" dos pagamentos não feitos no final do ano passado. "Poucos dias após o ministro Mantega antecipar um superávit próximo de 75 bilhões de reais em 2013, já proliferam as evidências que o governo em dezembro jogou despesas e repasses para janeiro", avalia. Do lado das receitas, uma base muito forte de comparação em janeiro de 2013 deve zerar o crescimento real da arrecadação em janeiro deste ano, enquanto as transferências atrasadas tendem a derrubar as receitas líquidas. Do lado das despesas, segundo Montero, haverá alguma desaceleração por um reajuste menor no salário mínimo e possivelmente, a interrupção no auxílio à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial que banca a redução da conta de luz. Por outro, os represamento dos repasses vão pressionar negativamente o resultado do mês, que sazonalmente é bastante favorável.

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