quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

SAQUES EM DOIS TERÇOS DAS PROVÍNCIAS ARGENTINAS E 12 MORTES PÔEM GOVERNO DA PERONISTA POPULISTA CRISTINA KIRCHNER SOB PRESSÃO

Os saques registrados em 16 das 24 províncias argentinas desde a semana passada atingiram 1.888 estabelecimentos comerciais e provocaram um prejuízo de US$ 100 milhões, estimou ontem a Confederação Argentina das Empresas de Médio Porte (Came). Os saques ocorrem durante greves de policiais que já atingiram 20 províncias. Entre os 12 mortos, há criminosos alvo da polícia e de cidadãos, saqueadores eletrocutados em ação e comerciantes. A província com mais vítimas é Tucumán, no norte da Argentina, onde três morreram. Na noite da terça-feira, uma multidão organizou nessa região um panelaço contra o governador José Alperovich, aliado da presidente Cristina Kirchner. Os manifestantes, que exigiam mais segurança e medidas contra os saques, foram reprimidos pelos policiais, que horas antes haviam encerrado a greve. Enquanto a polícia disparava balas de borracha contra os manifestantes que pediam mais segurança, saqueadores agiam a poucos quilômetros dali. As diversas forças de segurança locais exigem aumentos salariais de 35% a 100%. A tensão continuava na província, com centenas de moradores armando barricadas em Banda del Rio Salí, na periferia de Tucumán, para resistir às invasões de saqueadores. Os moradores exibiam espingardas e coquetéis molotov, dispostos a impedir os saques. Um dos mortos nos saques na semana passada foi o comerciante chinês, Jin Lang, na cidade de Glew, na Grande Buenos Aires. Em razão de dezenas de saques contra imigrantes, a Câmara de Supermercados Chineses anunciou que seus empresários avaliam fechar as portas a partir do dia 20, como prevenção, reabrindo em janeiro. Imigrantes e seus descendentes controlam 40% dos pequenos mercados argentinos. O dia 20, aniversário dos conflitos sociais que provocaram a renúncia do presidente Fernando de la Rúa, em dezembro de 2001, é a data divulgada em redes sociais para uma nova onda de saques em todo o país. Na cidade de Concórdia, Província de Entre Ríos, há um clima de histeria, de acordo com o chefe da polícia, Lucio Villalba. Segundo ele, os moradores disparam para o alto, já que "enxergam saqueadores por todos os lados, mesmo não ocorrendo saques". Villalba afirma que boa parte da paranoia é causada por mensagens nas redes sociais. A presidente Cristina Kirchner declarou, na terça-feira à noite, que a onda de saques que atinge a Argentina foi "planejada com precisão cirúrgica". Ela também afirmou que "existe uma instigação política" por trás das greves das polícias provinciais, que deram espaço aos saques.

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