domingo, 1 de dezembro de 2013

ROUBINI, O ECONOMIA QUE PREVIU A CRISE DOS ESTADOS UNIDOS, VÊ SINAIS DE BOLHA FINANCEIRA NO BRASIL

O economista Nouriel Roubini, professor da New York University, conhecido por ser um dos especialistas a prever a crise financeira dos Estados Unidos de 2008, escreveu em um artigo no site Project Syndicate que as grandes cidades brasileiras mostram evidências de bolha imobiliária. Roubini diz que, cinco anos depois de a crise financeira ter estourado nos Estados Unidos, sinais de “espuma, senão bolhas”, estão reaparecendo nos mercados imobiliários de países como Suíça, Suécia, Noruega, Finlândia, França, Alemanha, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Grã-Bretanha. Entre os emergentes, além do Brasil, o especialista cita Hong Kong, Cingapura, China, Israel e grandes centros urbanos na Turquia, na Índia e na Indonésia. O professor aponta como evidências de bolha o rápido aumento dos preços das moradias, principalmente ao compará-los com a evolução da renda e a forte participação da dívida hipotecária no endividamento das famílias nessas regiões. Contudo, ao explicar o que está provocando o cenário de preços elevados nos mercados imobiliários, ele faz uma distinção entre os países emergentes e as economias mais avançadas. Para Roubini, o primeiro grupo tem esse cenário provocado pelas políticas de “afrouxamento quantitativo”: taxas baixíssimas de juros, grande disponibilidade de dinheiro no mercado, em um momento em que a inflação e o crescimento são baixos também. Já para os emergentes, o especialista faz uma distinção nos países que têm renda per capita mais elevada, como Hong Kong e Cingapura, a possível bolha se deve às taxas baixas de juros para evitar valorização das moedas locais. Já em países como Brasil, Turquia, Índia e Indonésia, ele cita os elevados patamares inflacionários. Contudo, Roubini não acredita que essas bolhas vão estourar rapidamente. Segundo ele, trata-se de uma lenta repetição do que aconteceu com o mercado imobiliário recentemente. “E, como da última vez, quanto maiores as bolhas se tornarem, mais desagradável será a colisão com a realidade".

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