domingo, 10 de novembro de 2013

PETROBRAS CONCLUI OBRAS DA P-58 EM RIO GRANDE

A presidenta da República, Dilma Rousseff, e a presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, participaram, na tarde de sexta-feira, da cerimônia de conclusão das obras da plataforma FPSO (produz, armazena e transfere petróleo) P-58, no Estaleiro Honório Bicalho, em Rio Grande (RS). Pela manhã, acompanhadas por diretores e executivos da Petrobras e do estaleiro, as presidentes Dilma e Graça visitaram o canteiro de obras de construção dos cascos replicantes dos FPSOs para o pré-sal em andamento no Pólo Naval de Rio Grande. Dilma Rousseff saudou os mais de 4 mil trabalhadores presentes à cerimônia ressaltando a qualidade do trabalho apresentado na P-58, e falou da trajetória da indústria naval do País nos últimos anos: a indústria naval brasileira, que já havia sido a segunda maior do mundo, tinha praticamente desaparecido. "Mas fomos teimosas, a Graça também, persistindo na idéia de se construir embarcações no Brasil", declarou, lembrando também que hoje o segmento emprega mais de 70 mil pessoas e muitas encomendas estão por vir. "Só para Libra vamos precisar de 12 a 16 plataformas", afirmou Dilma. O bloco de Libra, em que a Petrobras terá 40% de participação, foi o primeiro a ser leiloado sob o regime de partilha de produção. Graça Foster também agradeceu aos trabalhadores presentes e lembrou que esta é a terceira unidade concluída em Rio Grande. Além da P-58, foram construídas na cidade a plataforma semissubmersível P-55, nas palavras da presidente, "um sonho da Petrobras que foi para o mar em 6 de outubro", e a P-63, finalizada em junho. A presidente lembrou que serão construídas no Estaleiro Honório Bicalho as plataformas P-75 e P-77. "O primeiro óleo da P-75 é muito importante porque será em Franco (área cedida à Petrobras por meio da Cessão Onerosa) e tem data, será em dezembro de 2016. Costumo dizer que 2016 é amanhã, então a gente precisa trabalhar já", afirmou. O primeiro óleo da P-77 está previsto para dezembro de 2017. Além dos oito cascos para o pré-sal que estão sendo construídos no Estaleiro Rio Grande, Graça Foster lembrou que três navios sondas serão construídos no Estaleiro Rio Grande 2. "Serão as primeiras unidades de perfuração que vamos construir no Brasil", ressaltou, mencionando ainda módulos da P-74 a serem feitos na cidade. "Temos muito trabalho e eu tenho muito orgulho de vocês", concluiu a presidente. A unidade de produção seguirá para a Bacia de Campos nos próximos dias. A P-58 está entre as nove novas unidades que serão instaladas pela companhia em 2013. Com capacidade para processar diariamente até 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás, a plataforma contribuirá para o aumento da produção de petróleo nacional. Projeto integrante do Parque das Baleias, a P-58 será instalada na Bacia de Campos, a cerca de 85 quilômetros da costa do Espírito Santo, em águas com profundidade de 1.400 metros. A ela serão interligados 15 poços produtores, do pré-sal e do pós-sal, e 9 poços injetores dos campos de Baleia Franca, Cachalote, Jubarte, Baleia Azul e Baleia Anã, por meio de 250 quilômetros de dutos flexíveis e dois mainfolds submarinos de produção. O escoamento de óleo se dará através de navios aliviadores e do gás através de gasoduto até a Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas no Município de Linhares, Espírito Santo. A P-58 é composta por 15 módulos responsáveis pelo processamento e tratamento de óleo, gás e água, além de pipe-rack (suporte de tubulações), heliponto, flare e acomodações para 110 pessoas. Seu peso total é de 63.300 toneladas, equivalente ao de 143 boeings 747-800; sua altura é de 119 metros, equivalente à do edifício-sede da Petrobras; e seu comprimento é de 330 metros, o mesmo de três campos de futebol enfileirados. Junto com outros empreendimentos da Petrobras, a construção da P-58 consolida a expansão da indústria naval brasileira. A obra gerou cerca de 4.500 empregos diretos, 27 mil indiretos e alcançou 60% de conteúdo nacional, proporcionado principalmente pelo fato de a construção dos módulos, a conversão do casco e a integração da unidade terem sido feitas no País. A plataforma foi convertida a partir do navio MT Welsh Venture. Seu casco, adaptado em Cingapura, chegou ao Brasil em outubro de 2011, onde a contratada Queiroz Galvão executou, em Rio Grande, os serviços que o converteram em um FPSO e integrou os módulos à unidade. Divididos em quatro pacotes, os módulos foram construídos nos municípios fluminenses de Niterói e Itaguaí, pelas empresas UTC Engenharia e pela Empresa Brasileira de Engenharia (EBE), respectivamente. Depois de prontos, seguiram transportados até o Estaleiro Honório Bicalho para serem instalados na plataforma numa operação inédita no País. Eles foram içados sobre o casco por um guindaste instalado em terra, com capacidade para cargas de até 4 mil toneladas.

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