quarta-feira, 20 de novembro de 2013

MALALA GANHA PRÊMIO DO PARLAMENTO EUROPEU

A jovem paquistanesa Malala Yousafzai recebeu nesta quarta-feira o prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, concedido pelo Parlamento Europeu. “Algumas crianças não querem iPhone e nem chocolate, querem um livro e uma caneta para irem ao colégio”, disse em seu discurso de agradecimento. Diante do olhar de seu pai, o professor Ziauddin Yousafzai, que a encorajou a escrever um blog para denunciar os problemas das meninas no Paquistão, Malala aproveitou a ocasião para reivindicar a atenção da União Europeia às milhares de crianças que não têm acesso à educação. "Faço um apelo aos países europeus para que ajudem os países da Ásia, o meu país, o Paquistão, em matéria de educação e desenvolvimento", disse a menina, sorrindo. Por ter denunciado as leis impostas pelo Talibã entre 2007 e 2009 na região do Vale do Swat, noroeste do Paquistão, e defendido o direito das meninas de ir à escola, Malala Yousafzai foi alvo de um ataque em 9 de outubro de 2012, quando voltava da escola em um ônibus escolar. Atingida na cabeça, Malala escapou da morte, e seu espírito corajoso transformou-a em um ícone internacional. Vestida com um sari na cor salmão, a menina se mostrou segura em seu discurso e começou sua fala brincando sobre sua estatura. “Coloquei saltos e espero que possam me ver bem”, disse a jovem de 16 anos diante dos eurodeputados e personalidades convidadas. Malala dedicou o prêmio Sakharov, que leva o nome do dissidente e cientista soviético Andrei Sakharov, “aos heróis sem nome do Paquistão e a todos os que lutam pelos direitos e liberdade”. "Este prêmio é um incentivo à minha luta pelo direito de todos à educação e pela proteção da infância”, acrescentou, diante de vinte outros antigos laureados. O encarregado pela entrega do prêmio, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, destacou que Malala, mesmo sendo uma adolescente, “já é um ícone global na luta pela educação das meninas”. Schulz também citou uma passagem do livro de memórias "Eu Sou Malala", na qual a jovem afirma: “Não quero ser conhecida como a menina que sobreviveu a um ataque talibã, mas a menina que luta pela educação. Quero dedicar minha vida a esta causa”. O prêmio Sakharov é concedido anualmente a um defensor dos direitos humanos e da democracia. Malala foi indicada em outubro por unanimidade do Parlamento Europeu.

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