segunda-feira, 28 de outubro de 2013

PRIMEIRO-MINISTRO DAVID CAMERON AMEAÇA AGIR CONTRA JORNAIS QUE PUBLICAREM INFORMAÇÕES ORIGINADAS DO ESPIÃO TRAIDOR AMERICANO EDWARD SNOWDEN

O primeiro-ministro britânico David Cameron disse nesta segunda-feira em sessão do Parlamento que seu governo pode eventualmente tomar medidas contra jornais que publicarem “vazamentos prejudiciais” do ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estads Unidos, o espião traidor Edward Snowden. Cameron, que não especificou quais medidas poderão ser adotadas, disse ainda que as ações podem ser deixadas de lado se os jornais do país passarem a agir de maneira “mais responsável”, segundo declarações reproduzidas pelo jornal The Guardian. “Se eles (os jornais) não demonstrarem alguma responsabilidade social será muito difícil para o governo recuar e não agir”, afirmou Cameron. O primeiro-ministro citou especificamente o caso do The Guardian, que tem publicado uma boa parte do material vazado por Snowden, uma fonte constante de embaraço internacional para os serviços de inteligência dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Segundo Cameron, o Guardian concordou em destruir parte do material vazado por Snowden, mas depois resolveu prosseguir com a publicação de outros documentos prejudiciais: “A posição que adotamos é de tentar dialogar com a imprensa e explicar como algumas dessas coisas podem ser prejudiciais”. Na sequência, Cameron fez elogios aos serviços de inteligência da Grã-Bretanha, que trabalham de maneira intensa com os seus equivalentes nos Estados Unidos, chamando seus funcionários de “heróis e heroínas silenciosos”. O primeiro-ministro também citou as ameaças terroristas enfrentadas pelos serviços e, para exemplificar, disse que 330 pessoas foram condenadas por terrorismo em cortes britânicas desde setembro de 2001. Desde a semana passada, Cameron tem mostrado uma postura diferente dos seus colegas europeus após a revelação de que os Estados Unidos teriam grampeado o telefone celular da chanceler alemã, Angela Merkel, e interceptado comunicações na Espanha, na Itália e na França, entre outros casos. Embora tenha evitado minimizar os casos, Cameron não se juntou ao grupo de líderes europeus que fizeram críticas aos Estados Unidos e exigiram explicações. Em vez disso, ele fez críticas ao espião traidor Snowden e aos jornais. "O que Snowden está fazendo e, consequentemente, o que os jornais estão fazendo (...) francamente, é mostrar para as pessoas que querem nos prejudicar como fugir e evitar a inteligência", disse. "Isso não vai tornar nosso mundo mais seguro, vai tornar o nosso mundo mais perigoso", disse ele na sexta-feira passada. As críticas de Cameron também foram compartilhadas pelo comandante das tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Europa, o general americano Philip Breedlove. Segundo Breedlove, reportagens baseadas nos vazamentos, em especial aquelas sobre casos de espionagem envolvendo aliados dos Estados Unidos, não "ajudam". O general, no entanto, disse que as reportagens não prejudicaram a capacidade de trabalho conjunto entre os Estados Unidos e os seus aliados europeus, e que qualquer “qualquer dano ocorrido” às relações dos Estados Unidos com a Europa como resultado das alegações “será reparado”.

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