domingo, 27 de outubro de 2013

PRAÇA E MEMORIAL EM HOMENAGEM A VLADIMIR HERZOG SÃO INAUGURADOS EM SÃO PAULO

Foram inaugurados na sexta-feira, no centro da capital paulista, uma praça e um memorial em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog, assassinado durante a ditadura militar. O espaço, localizado atrás da Câmara Municipal, conta com um painel de mosaico feito a partir da obra do artista gráfico e jornalista Elifas Andreato, que retrata a morte de Herzog, torturado e morto nas dependências do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em 25 de outubro de 1975. "Estamos muito felizes. Este espaço vai lembrar a todo instante a importância desta memória para a gente construir uma sociedade melhor", declarou Ivo Herzog, filho do homenageado. A praça fica na Rua Santo Antônio, atrás do prédio do legislativo municipal. Ele lembrou que foi a partir da morte do pai que teve início uma grande mobilização social contra o regime de exceção da época. "Existe um entendimento de que a democracia começou a ser construída a partir do dia 31 de outubro, do ato ecumênico na Praça da Sé, que completa 38 anos", relatou. Vlado, como era conhecido, cuidava da edição do telejornal da TV Cultura, quando foi chamado a prestar esclarecimentos no batalhão do Exército. Na época, autoridades militares tentaram forjar o suicídio do jornalista, mas fotos e documentos mostraram que ele foi assassinado. Em março deste ano, a família de Herzog recebeu novo atestado de óbito que aponta como causa da morte lesões e maus-tratos sofridos durante o interrogatório no DOI-Codi. A versão anterior apontava asfixia mecânica por enforcamento. Para o jornalista Audálio Dantas, autor do livro "As Duas Guerras de Vlado Herzog", assim como a retificação do atestado, a criação de um memorial em praça pública é mais uma conquista, não só da família e dos amigos, mas da sociedade brasileira. "A vida dele foi breve, mas de alta contribuição para as lutas democráticas no País", declarou. Segundo o escritor, Herzog foi o 22º  jornalista assassinado ou desaparecido naquele período. "A sua morte foi o momento em que não se suportou mais e trouxe movimentos cada vez mais fortes", relembrou.

Nenhum comentário: