segunda-feira, 14 de outubro de 2013

PESQUISA DESCOBRE QUE ELEFANTES SÃO CAPAZES DE ESTENDER O GESTO HUMANO DE APONTAR COM AS MÃOS

Desde muito cedo, os seres humanos aprendem o gesto de apontar, como uma forma de direcionar a atenção das pessoas a um ponto específico. Um novo estudo mostrou que essa habilidade está presente também nos elefantes, que podem utilizá-la como uma pista para encontrar comida, sem precisar de treinamento. Segundo os pesquisadores, muitos primatas, como chimpanzés e gorilas, não conseguem entender o mesmo gesto. “Mostrando que um elefante-africano entende espontaneamente um humano apontando, sem nenhum treinamento, nós mostramos que a habilidade de compreender isso não é apenas humana, mas também evoluiu em uma linhagem animal muito distante dos primatas”, afirma Richard Byrne, pesquisador da Universidade de Universidade de St Andrews, na Escócia, e coautor do estudo, publicado na última quinta-feira, no periódico Current Biology. Segundo Byrne, os elefantes compartilham com os humanos o fato de viverem em uma rede complexa, na qual apoio, empatia e ajuda são essenciais para a sobrevivência. “Pode ser que só nesse tipo de sociedade a habilidade de entender o ato de apontar tenha valor adaptativo, ou a sociedade de elefantes pode ter selecionado a habilidade de entender quando os outros estão tentando se comunicar com eles”, afirma o pesquisador. O estudo foi realizado com 11 elefantes-africanos que “trabalhavam” levando nas costas pessoas em passeios turísticos, na região das Cataratas Vitória, no sul da África. Eles eram treinados para seguir alguns comandos vocais, mas não para o ato de apontar. Durante o estudo, os elefantes mais acostumados com humanos, ou aqueles nascidos em cativeiro, não se saíram melhor em seguir a direção indicada do que os menos habituados ou nascidos na natureza. Todos conseguiram seguir o gesto para encontrar comida escondida. Para os pesquisadores, é possível que os elefantes tenham entre si algum gesto parecido com o de apontar como uma forma de comunicação, usando a tromba.

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