terça-feira, 22 de outubro de 2013

MARCOS VALÉRIO, OPERADOR DO MENSALÃO, JÁ ORGANIZOU SUA VIDA NO INTERIOR MINEIRO PARA EVITAR PRISÃO DE SEGURANÇA MÁXIMA

Sob a ameaça de passar o resto da vida na cadeia, Marcos Valério Fernandes de Souza reorganizou sua vida para tentar para cumprir pena no modesto presídio Promotor José Costa, em Sete Lagoas, a 80 quilômetros de Belo Horizonte. O planejamento não só envolve mudança de domicílio como também a formalização de união estável com uma jovem de 21 anos por meio de um contrato de gaveta. O objetivo do operador do maior escândalo de corrupção do governo do ex-presidente Lula é evitar a penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, destino certo dos bandidos mais perigosos do Estado, onde ele não duraria muito tempo. Condenado a 40 anos, quatro meses e seis dias de prisão no processo do Mensalão do PT, Marcos Valério também é réu em vários outros processos ainda em tramitação, entre eles o mensalão tucano em Minas Gerais. Na Justiça Federal de Minas Gerais, Marcos Valério foi condenado, em janeiro, a quatro anos de prisão, por sonegação fiscal. Ele já obteve sua primeira vitória a fim de escapar da penitenciária Nelson Hungria. No cadastro da Polícia Federal, em Minas Gerais, consta que Marcos Valério possui a fazenda Santa Clara como moradia oficial. Ele reside hoje em uma mansão na fazenda Santa Clara, em Caetanópolis, cidade a 30 quilômetros de Sete Lagoas, com pouco mais de dez mil habitantes e que não tem presídio. A solicitação para cumprir pena em Sete Lagoas será apreciada pela Vara de Execuções Criminais e pela Secretaria de Estado de Segurança Pública. Com 430 detentos, divididos em quatro alas (um quinto pavimento está sendo construído), o presídio não possui bloqueio de proteção para celular. Para assegurar o direito de receber visitas íntimas, Marcos Valério se casou recentemente com uma jovem baiana de 21 anos, moradora de Sete Lagoas. O casamento foi celebrado através de um contrato de união estável, sem registro em cartório, mas oficialmente feito por um advogado e amigo íntimo dele. Marcos Valério e sua primeira mulher, Renilda Santiago, mãe de seus dois filhos, romperam o matrimônio em meio ao julgamento do Mensalão do PT pelo Supremo. Diferentemente da penitenciária Nelson Hungria, que abriga hoje quase dois mil detentos (entre eles, o traficante internacional de fuzis Márcio de Souza e Silva, o Márcio Carioca, ligado a Nem da Rocinha), Marcos Valério terá em Sete Lagoas a companhia de condenados por pequenos furtos. O operador do Mensalão do PT teme, na Penitenciária Nelson Hungria, a repetição da experiência que teve em Tremembé (SP), onde, segundo ele, passou 97 dias de terror. Em relato informal para agentes da Polícia Federal de Belo Horizonte, alguns dias depois de ser solto, Marcos Valério mostrou a arcada dentária refeita, diversos cortes nas costas e revelou que foi vítima de violência sexual no presídio de São Paulo.

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