quarta-feira, 2 de outubro de 2013

JURISTAS LEVAM AO SENADO PROPOSTAS QUE PODEM TORNAR MAIS RÁPIDA SOLUÇÃO DE CONFLITOS

O ministro Luiz Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça, entregou nesta quarta-feira ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), dois anteprojetos que podem desobstruir a Justiça e tornar mais rápida a solução de conflitos. Depois de quase cinco meses de trabalho, a comissão de juristas coordenada por Salomão fechou duas propostas para estimular o uso de mecanismos de negociação, como a arbitragem e a mediação, antes que os processos comecem a correr na Justiça. Um dos textos entregues ao Senado propõe ampliação e revisão da Lei de Arbitragem, hoje regida por regras criadas em 1996 (Lei nº 9.307) . Nesses processos, que geralmente envolvem quantias maiores, as partes envolvidas em determinado conflito escolhem um juiz privado para tomar a decisão sobre o impasse. A proposta é garantir que tal mecanismo também possa ser usado para causas trabalhistas e de consumidores, quando os próprios consumidores e funcionários optarem pela medida, em vez da mediação. “Na arbitragem, é uma solução terminativa. Não cabem recursos. Por outro lado, a mediação, além de mais rápida, é mais de consenso. Portanto, exclui-se o litígio”, explicou Salomão. O ministro lembrou que a arbitragem também poderia ser estendida a casos envolvendo contratos entre governo e empresas. Os integrantes da comissão de juristas acreditam que, com regras mais atuais e claras, aumentam as possibilidades de investimentos estrangeiros no País. Se a proposta for acatada pelo Legislativo, empresas que pretendem atuar no País em setores como exploração de petróleo ou construção civil teriam mais garantia jurídica, com uma legislação atualizada. A outra proposta dos juristas cria um marco legal para a mediação, que é um mecanismo mais utilizado pela população em processos menores. Nesses processos, os conflitos não são solucionados por um juiz, mas por um mediador que passa por um treinamento e tenta, nas sessões, estimular uma solução consensual entre as partes. Salomão explicou que a proposta da comissão, que se reuniu desde maio no Congresso, trata apenas da mediação extrajudicial, ou seja, o processo de conciliação, que ocorre antes de as partes recorrerem ao Judiciário. Dados do Judiciário apontam que, a cada ano, surgem no Brasil quase 90 milhões de demandas judiciais.

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