quinta-feira, 3 de outubro de 2013

AÇÕES DA OI DESABAM APÓS REAVALIAÇÃO DA S&P E DA MOOD'S

Apesar de o governo brasileiro e o mercado ter chancelado a compra da Oi pela Portugal Telecom, houve uma reavaliação de expectativas nesta quinta-feira, um dia depois do anúncio da fusão. A queda das ações da empresa de telecomunicações brasileira puxou o Ibovespa para baixo desde o início da manhã. Às 16h20, a ação preferencial da Oi caía quase 13%, a 3,89 reais, e a ordinária recuava 11,23%, a 4,11 reais. Já o principal índice da BM&FBovespa acumulava queda de 1,34%. "No anúncio da fusão, houve uma certa euforia. Os investidores saíram comprando, achando que a ação estava barata e iriam ter vantagem. Mas agora estão analisando a complexidade da operação e a dívida da empresa, que vai ser maior", afirmou o analista Henrique Kleine, da Magliano Corretora. A multinacional criada pela união da Oi com a Portugal Telecom já nasce com uma dívida líquida de 41,2 bilhões de reais, o equivalente a 4,1 vezes sua geração de caixa. "Baseado em informações proforma dos dados da Oi encerrados em 30/06/2013 e dos dados da PT de fechamento de ano em 2012, a combinação de empresas teria resultado em Dívida Total/ EBITDA de cerca de 4,1 vezes, que nós ainda consideramos elevado para a categoria de rating Baa3 e esta é a principal razão pela qual nós mantemos nossa perspectiva negativa para o rating da Oi", afirmou a Moody's, em comunicado. Apesar do aumento de capital em dinheiro previsto pela operação, de 7 bilhões a 8 bilhões de reais, para reduzir a alavancagem da companhia, a operação implicará em diluição dos atuais acionistas. "O mercado se deu conta hoje de que o acionista da Oi não vai ficar com grande parte dos benefícios da fusão", afirmou o analista Daniel Bermudes, da Quantitas Asset Management. "Ele vai ser diluído por causa do aumento de capital, e as dívidas que estão na holding e nos controladores vão acabar sobrando para a empresa, todos os acionistas vão pagar", completou.

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