terça-feira, 15 de outubro de 2013

ABERT DENUNCIA QUE AGRESSÕES A JORNALISTAS CRESCERAM 166% NOS ÚLTIMOS 12 MESES

O número de agressões a jornalistas e de vandalismo a veículos pertencentes a empresas de comunicação mais do que dobrou nos últimos 12 meses no Brasil. Desde outubro do ano passado, foram registradas 136 violações contra a imprensa, contra 51 casos entre outubro de 2011 e outubro de 2012, com crescimento de aproximadamente 166,6%. Os dados fazem parte do Relatório para a Liberdade de Imprensa 2012-2013, lançado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) durante a 43ª Assembleia Geral da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR), que começou na segunda-feira e prossegue até esta quarta-feira, no Rio de Janeiro. O documento informa ainda que, nos últimos 12 meses, cinco jornalistas foram assassinados no País. O presidente da Abert, Daniel Slaviero, ressaltou que os casos de agressão a jornalistas se acentuaram desde a eclosão dos protestos no País e vieram tanto dos manifestantes quanto da polícia: “O aumento exponencial está atrelado aos protestos que começaram a partir de junho. As agressões vieram de ambos os lados. De uma minoria que se misturou a uma multidão pacífica que estava protestando e começou a depredar bens públicos e privados e atingir os veículos e profissionais de imprensa. Mas também veio da repressão policial, o que nos obriga a uma reflexão sobre o Estado como garantidor de uma das principais liberdades e um dos pilares da democracia brasileira". O jornalista considerou que os números indicam retrocesso na liberdade de imprensa no País. “No ano passado, foram 51 violações, entre agressões, intimidações e atos de vandalismo. Este ano, foram 136, sendo que quase 90 ocorreram de junho para cá. Só no dia 7 de setembro, foram mais de 20 notificações no Brasil inteiro, de agressões contra profissionais e veículos de comunicação. Mais do que dobrou o número de violações. Isto mostra que 2013 será marcado pelo regresso da liberdade de expressão em nosso País”, declarou Slaviero. Para o presidente da Abert, o relatório mostra que é preciso manter a vigilância e a defesa da liberdade de expressão, mesmo em tempos democráticos.

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